Panorama internacional

Canadá pede mais tempo para responder questionamentos da Rússia após negar extradição de nazista

No ano passado, o veterano nazista ucraniano Yaroslav Hunka, de 98 anos, foi homenageado pelo Parlamento durante visita do presidente Vladimir Zelensky ao país. O episódio levou à renúncia do então presidente da Câmara, Anthony Rota, que assumiu a responsabilidade pelo convite ao ex-militar.
Sputnik
O Ministério das Relações Exteriores do Canadá solicitou mais tempo para preparar respostas às perguntas feitas pela Rússia depois que o país decidiu não extraditar o veterano nazista ucraniano Yaroslav Hunka, disse nesta terça-feira (13) o embaixador russo em Ottawa, Oleg Stepanov, à Sputnik.
"O Ministério das Relações Exteriores do Canadá, em uma reunião com o Conselheiro Ministerial da Embaixada [Russa], pediu tempo adicional para preparar uma resposta sobre o teor de nossas perguntas ao 'caso Hunka'", disse Stepanov.
Segundo o embaixador, a Rússia questiona se o país não estudou o passado de Hunka, que serviu em uma das unidades Waffen SS de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, além do envolvimento do veterano em genocídio.
Também foi perguntado como Hunka obteve a cidadania canadense e se ele declarou que era membro da unidade nazista Waffen SS no formulário de inscrição quando chegou ao Canadá.
O Canadá rejeitou o pedido da Rússia para extraditar o veterano nazista ucraniano, que recebeu uma homenagem no parlamento canadense em setembro.
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Sem punição

Pedidos de desculpas, críticas e muitas controvérsias. A homenagem ao nazista ucraniano Yaroslav Hunka durante visita de Vladimir Zelensky ao Canadá gerou declarações negativas dentro e fora do país. Mas, até agora, nenhuma medida concreta foi tomada contra o veterano militar.
O embaixador russo no Canadá já declarou que o mundo sabe que Yaroslav Hunka é um cidadão canadense e vive no país. Porém, nenhuma medida concreta foi tomada diante dos crimes e assassinatos cometidos no passado pelo nazista ucraniano.
"Todos pareceram condená-lo e meio que se desculparam por sua aparição no Parlamento. Mas qual será o próximo passo do governo canadense? Eles vão abrir, por exemplo, uma investigação sobre seus possíveis crimes contra a humanidade? Ou todos agora vão deixar esse escândalo morrer e se afastar silenciosamente?", disse à época.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que também estava presente, só desculpou-se publicamente dias após a homenagem, diante de pressões de grupos judaicos e nações ao redor do mundo.
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