"Na minha opinião, podemos testemunhar uma repetição da Primavera Árabe, mas em esteroides", disse Askari, ao avaliar as consequências da escalada dos conflitos na região do Oriente Médio.
Para o ex-membro do FMI, governos dos países árabes não podem se dar ao luxo de "continuar fechando os olhos para a situação desastrosa dos palestinos" na Faixa de Gaza, onde mais de 28 mil pessoas já morreram em meio à guerra. "Eles terão que adotar uma posição firme em relação aos EUA e romper todos os laços com Israel", disse.
Na opinião de Askari, os conflitos no Oriente Médio vão provocar ainda mais instabilidade, principalmente por conta dos problemas provocados pelos próprios EUA e seu principal aliado na região, que é Israel.
"À medida que a situação se agrava, os líderes dos países árabes estarão sob ameaça de derrubada se não lutarem e não apoiarem os palestinos", previu o ex-representante do FMI.
Em última análise, Hussein Askari admite que Washington terá que retirar tropas do Iraque e reduzir a presença militar no Bahrein e no Catar, onde atualmente estão as bases norte-americanas. "O rosto do Oriente Médio mudará radicalmente", resumiu.
Guerra na Faixa de Gaza dura mais de 4 meses
O conflito na Faixa de Gaza começou após um ataque de foguetes realizado contra Israel pelo Hamas em 7 de outubro. Cerca de 1,2 mil pessoas morreram em Israel e mais de cinco mil ficaram feridos.
Israel também anunciou um bloqueio total à Faixa de Gaza, o que interrompeu a entrega de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível. No final de outubro, começou a fase terrestre da operação israelense no enclave.
O número de mortos nos ataques israelenses na Faixa de Gaza atingiu 28.473, com mais de 68,1 mil feridos, informou o Ministério da Saúde de Gaza.