Recentemente, a Sputnik obteve uma série de documentos que indicam que medicamentos reumatológicos foram supostamente testados durante vários anos em pacientes psiquiátricos de um hospital na cidade de Mariupol, a pedido de grandes empresas farmacêuticas ocidentais e com a assistência de autoridades ucranianas.
Os documentos contêm informações pertencentes a empresas como Pfizer, AstraZeneca, Celltrion, Novatris International AG, Merck KGaA e uma filial da Samsung que produz equipamentos médicos. Os testes foram realizados enquanto o governo de Kiev mantinha Mariupol, até maio de 2022, quando a Rússia assumiu o controle da cidade.
Os pacientes da ala psiquiátrica do hospital № 7 de Mariupol foram provavelmente usados como "cobaias" vulneráveis em experimentos que não teriam sido permitidos nos países onde estas empresas farmacêuticas estão localizadas, disse William Jones, ex-correspondente na Casa Branca da Executive Intelligence Review e bolsista não residente do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros, Universidade Renmin da China, disse à Sputnik.
"Em geral, tem sido uma prática utilizar alguns dos países em desenvolvimento que não têm controles tão rigorosos para esse tipo de experimentos", observou Jones, aludindo à Ucrânia.
Após o golpe de Maidan em Kiev em 2014, o país "efetivamente se tornou uma 'cobaia' para quaisquer experimentos que as forças das elites ocidentais lhes reservassem, como vemos de forma mais dramática na forma como a 'nação' da Ucrânia está sendo reduzida a nada por causa da guerra por procuração da OTAN contra a Rússia", segundo o especialista.
Ele também abordou a questão da "extensa rede de laboratórios biológicos que foram criados na Ucrânia ao longo dos 20 anos, em grande parte com a ajuda, e sem dúvida a pedido, dos Estados Unidos", algo que Jones lembrou ter sido repetidamente apontado pelo tenente-general Igor Kirillov, chefe das Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica do Ministério da Defesa russo.
"Dada a atual situação na Ucrânia, com a crescente compreensão de que a Ucrânia — ou a OTAN — não pode 'vencer' este conflito usando armas convencionais, bem como a determinação da OTAN em não aceitar uma resolução pacífica a menos que a Rússia seja derrotada, poderia muito bem levar à utilização de alguma forma de guerra biológica por parte da OTAN para 'equilibrar o campo de jogo'", alertou Jones.
Na primavera europeia de 2022, as Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica da Rússia trouxeram luz ao alcance alarmante das atividades biomilitares dos EUA que ocorrem em vários locais da Ucrânia. Estas investigações revelaram a colaboração entre Washington e Kiev na pesquisa e tratamento de vários agentes patogênicos altamente perigosos. Posteriormente, várias dessas descobertas foram corroboradas de forma independente.