Em discurso durante sessão extraordinária da Liga dos Estados Árabes, o presidente estimulou todos os países a manter e reforçar suas contribuições, relata a Agência Brasil.
Nesta semana, já havia sido ventilado que o país faria esse movimento com a situação crítica e grave na Faixa de Gaza. Este ano o Brasil também assume a vice-presidência do Conselho Consultivo da UNRWA.
"No momento em que o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar a ajuda humanitária. […] refugiados palestinos na Jordânia, na Síria e no Líbano também ficarão desamparados. É preciso pôr fim a essa desumanidade e covardia. […] ante nossos olhos, a população de Gaza sofre de fome, sede, doenças e outros tipos de privações, como alerta a Organização Mundial da Saúde [OMS]. A situação da Cisjordânia, que já era crítica, também está se tornando insustentável", acrescentou.
Em janeiro, mais de 15 países suspenderam o financiamento à agência após denúncias de um suposto envolvimento de funcionários no ataque do grupo palestino Hamas a Israel, em 7 de outubro do ano passado. A UNRWA informou que rescindiu os contratos com os supostos envolvidos — 12 dos 13 mil funcionários em Gaza — e abriu investigação.
Entre os grandes financiadores da agência estão Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Alemanha, e todos retiraram seu apoio. Líderes das principais agências humanitárias da Organização das Nações Unidas (ONU) pediram a retomada das contribuições, e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil já manifestou preocupação com a redução das doações.
Também nesta quinta-feira (15), a Irlanda anunciou 20 milhões de euros (R$ 107 milhões) em apoio à UNRWA e instou os países que suspenderam o financiamento a retomar e expandir o apoio à agência, segundo a Reuters.
"Peço a outros doadores que retomem e expandam o apoio à UNRWA para que esta possa ajudar os milhões de refugiados palestinos necessitados", disse o chanceler irlandês Micheál Martin em um comunicado após se reunir com o chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, em Dublin.