Em meio a surtos da doença, o país já registrou mais de meio milhão de casos prováveis de dengue nas seis primeiras semanas epidemiológicas deste ano, quase quatro vezes mais do que o registrado no ano anterior.
O coeficiente de incidência (INC), critério utilizado pelo MS para classificar a doença em relação à população, tem sido alarmante. Quanto maior o INC, maior é a transmissão.
No momento, o Distrito Federal lidera com um coeficiente de incidência de 2.286,2, seguido por Minas Gerais (836,3), Acre (582,2), Paraná (485,3), Goiás (450,9) e Espírito Santo (368).
Esses números colocam o Distrito Federal e cinco estados em uma situação de epidemia de dengue, de acordo com os critérios do Ministério da Saúde. O Acre, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás já declararam emergência de saúde devido à gravidade da situação.
Em entrevista publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, o médico Alexandre Naime Barbosa, da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que fatores climáticos, como calor e aumento da pluviosidade, além de falhas nos programas de controle, podem estar contribuindo para a diferença na incidência da doença.
Locais com maior índice de transmissão tendem a apresentar uma maior proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, circulação de novos sorotipos do vírus e maior prevalência de pessoas suscetíveis.
Até agora, pelo menos 84 pessoas já morreram em decorrência da dengue nas primeiras cinco semanas de 2024, com outras 346 mortes em investigação.
O país já registra mais de 226 mil casos confirmados da doença e cerca de 298 mil classificados como prováveis. Estima-se que possam ocorrer até 4,2 milhões de casos de dengue no Brasil neste ano.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição da vacina contra a dengue aos estados na semana passada.
A primeira remessa, com mais de 700 mil doses da vacina Qdenga, será destinada a crianças de 10 a 11 anos em municípios selecionados em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Medidas simples, como eliminar focos de água parada e seguir as orientações de saúde pública, podem ajudar a conter a propagação da doença.