Panorama internacional

Mídia: convite de irmã de Kim Jong-un a premiê japonês visa abalar relações Japão-EUA-Coreia do Sul

Na quinta-feira (15), Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, disse que uma visita do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida a Pyongyang é possível se Tóquio não fizer da questão dos sequestros anteriores de cidadãos japoneses um obstáculo entre os dois países.
Sputnik
A influente irmã do líder afirmou, em um raro comunicado, que não há razões para a Coreia do Norte e o Japão não se aproximarem. Embora tenha esclarecido que era apenas a sua "visão pessoal", Kim Yo-jong também disse que se o Japão "não colocar tal obstáculo [...] o dia da visita do primeiro-ministro a Pyongyang poderá chegar".
De acordo com o jornal japonês Nikkei Asia, a rara abertura das palavras de Kim Yo-jong é amplamente vista como uma tentativa de abrir uma barreira na aliança tripartida entre Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul. Na visão da mídia, a mudança na postura da Coreia do Norte decorre da situação política que rodeia a península coreana.
"Para Pyongyang, a melhoria das relações entre o Japão e a Coreia do Sul permitiu uma cooperação tripartida mais estreita na defesa com os EUA – um desenvolvimento que a Coreia do Norte vê como uma ameaça", escreveu o jornal.
A mídia recorda que um dia antes da irmã do líder emitir sua declaração, houve desenvolvimentos diplomáticos entre Seul e Tóquio. Ao mesmo tempo, a Coreia do Sul anunciou a normalização das relações com Cuba, uma "medida que provavelmente foi um choque para a Coreia do Norte, que construiu boas relações com a nação insular".
"No Japão, os meios de comunicação divulgaram amplamente que Kishida estava considerando uma visita à Coreia do Sul em março. Com a visita do primeiro-ministro também marcada aos EUA como convidado de Estado em abril, esta primavera proporcionará uma oportunidade para os três países se alinharem", analisa o jornal.
Tóquio tomou nota dos comentários de Kim Yo-jong, disse o secretário-chefe de gabinete, Yoshimasa Hayashi, em entrevista coletiva na sexta-feira (16), ao mesmo tempo em que enfatizou que suas alegações de que a questão do sequestro foi resolvida são "completamente inaceitáveis".
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