Com o conflito em curso e a necessidade de apoio militar e financeiro persistente, líderes europeus expressaram dúvidas sobre a capacidade e vontade de Washington em manter sua posição de liderança na defesa da Europa. Um artigo da Bloomberg sugere que os europeus já começam a duvidar dessa promessa.
Com bilhões de dólares detidos no Congresso dos EUA devido a disputas políticas internas e com as tropas ucranianas cada vez mais recuadas, os líderes europeus analisam possíveis cenários de autodefesa e apoio a Kiev, mas sem a participação de Washington, indica uma análise deste meio especializado em economia e finanças, com base nos depoimentos de vários altos funcionários que participaram da conferência em Munique.
"Crescem as dúvidas [entre os membros da OTAN] sobre se os Estados Unidos manterão seu papel tradicional de proteger a Europa como parte da aliança", afirmou a Bloomberg neste domingo (18).
As fontes de segurança e defesa consultadas pelos meios de comunicação indicaram que há preocupação entre os governos europeus de que os Estados Unidos não possam liberar mais fundos para a Ucrânia.
"A estagnação da ajuda dos EUA à Ucrânia agravou o pessimismo da reunião", sustenta a análise, intitulada "Os aliados da Ucrânia" projetam um mundo em que os Estados Unidos se retirem.
Segundo os responsáveis, há um "alarme crescente" na União Europeia (UE) devido à incerteza em torno da continuidade da ajuda norte-americana ao governo Zelensky.
"Os Estados Unidos podem reduzir o apoio à sua região, e eles próprios fizeram muito pouco para se prepararem. Esse pessimismo dominou as conversas deste fim de semana na Conferência de Segurança de Munique", detalha a Bloomberg, que também alertou durante semanas que as forças ucranianas estão em desvantagem numérica de 3 para 1 no campo de batalha contra a Rússia.