Após as declarações, o Hamas compartilhou um agradecimento ao presidente brasileiro em seu canal no Telegram. "Nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), apreciamos a declaração do presidente brasileiro, que descreveu a situação que o povo palestino é submetido na Faixa de Gaza ao Holocausto, e que os sionistas [Israel] fazem hoje em Gaza é o mesmo que Hitler nazista fez aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial", defendeu.
Ainda conforme a publicação, o Hamas criticou o apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à continuidade do conflito em Gaza. Apesar de não apoiarem a expansão das operações militares para a região sul do enclave, o país propôs a entrega de um novo pacote de armas a Tel Aviv — desde o início do conflito, já foram enviadas cerca de 21 mil munições.
Por fim, o movimento palestino solicitou ao Tribunal Internacional de Justiça que as declarações de Lula sejam levada consideração diante das "violações e atrocidades que o povo palestino sofre nas mãos do Exército de ocupação criminoso e dos seus colonos terroristas, que nunca foram testemunhadas na história moderna", finalizou.
Netanyahu criticou acusações de Lula
As declarações do presidente Lula também foram duramente criticadas pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na rede social X. "As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Isso torna trivial o Holocausto e prejudica o povo judeu e o direito de Israel de se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar a linha vermelha", afirmou.
Israel ainda anunciou a convocação do embaixador brasileiro em Tel Aviv. A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, que explicou que a autoridade será realizada uma "chamada de reprimenda", que significa advertência ou censura forte.
"As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender. Ordenei ao pessoal do meu gabinete que convoque o embaixador brasileiro para uma chamada de reprimenda amanhã [segunda-feira, 19]", declarou o ministro.