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Votação favorável a ajudar Ucrânia expõe profunda lacuna geracional dentro do Partido Republicano

O projeto de lei de ajuda externa do Senado expôs uma lacuna geracional nas fileiras do Partido Republicano, de acordo com o think tank com sede em Washington, o Quincy Institute for Responsible Statecraft (QI).
Sputnik
O Senado aprovou na terça-feira passada (13) um projeto de lei de ajuda externa de US$ 95,3 bilhões (cerca de R$ 472,1 bilhões) para a Ucrânia, Israel e a ilha de Taiwan, desprovido de disposições de segurança fronteiriça. Ao todo, 22 senadores republicanos votaram a favor do projeto, com 27 se opondo veementemente.
Depois de realizar uma análise dos votos, o think tank Quincy Institute for Responsible Statecraft, com sede em Washington, DC, concluiu nesta segunda-feira (19) que há "uma divisão geracional interessante" dentro da bancada republicana.
Na verdade, "cada um dos cinco republicanos mais velhos no Senado — e nove dos dez mais velhos — votou a favor do pacote de gastos suplementares. Por outro lado, os seis senadores mais jovens, e 12 dos 14 mais jovens, opuseram-se a ele", apontou o think tank.
Os senadores também notaram a lacuna geracional: "Quase todos os senadores republicanos de menos de 55 anos votaram NÃO neste último projeto de lei da América [do Norte]", tweetou o senador Eric Schmitt, de 48 anos, republicano pelo Missouri.
"A ingenuidade juvenil é uma bênção, a sabedoria da idade pode salvar o Ocidente", argumentou o senador Kevin Cramer, de 63, republicano pela Dakota do Norte. "Reagan pode estar morto, mas sua doutrina salvou o mundo em tempos menos perigosos do que estes."
Por sua vez, o senador republicano por Ohio, J.D. Vance, 39 anos, chamou a atenção para o fato de que "os frutos da geração [mais velha] na liderança norte-americana são: atoleiro no Afeganistão, guerra no Iraque sob falsos pretextos". Segundo ele, os jovens norte-americanos estão fartos dessa política externa.
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De acordo com o QI, "igualmente impressionante" foi a repartição dos votos entre os senadores republicanos com base no momento em que assumiram os seus cargos atuais na câmara alta. Assim, dos 49 senadores republicanos em exercício, 30 foram eleitos antes de Donald Trump ser escolhido como candidato presidencial do Partido Republicano em 2016. Mais de metade desses 30 votaram a favor da lei de ajuda. No que diz respeito aos 19 senadores que assumiram o cargo em 2017 e posteriormente, apenas quatro deles apoiaram a legislação; o restante se opôs resolutamente.
O think tank sugeriu que a diferença nos votos poderia ser parcialmente atribuída à abordagem pouco ortodoxa da política externa de Trump, apelidada na época de "isolacionista", enquanto o establishment do Partido Republicano se endureceu durante a era da Guerra Fria e da Guerra Global ao Terror e adotou uma abordagem agressiva, incluindo para com a Rússia.
Ainda assim, o QI presumiu que a votação não pode ser explicada apenas pela ideologia, dado que o senador Lindsey Graham (republicano pela Carolina do Sul) acabou por votar contra o pacote, apesar do seu apoio vocal à Ucrânia e a Israel. Graham, de 68 anos, ocupa o seu lugar na câmara alta desde 2003. Ao explicar a sua decisão, o senador lamentou a falta de disposições de segurança na fronteira sul dos EUA com o México e até repetiu o argumento de Trump de que a ajuda à Ucrânia deveria ser um "empréstimo".
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No entanto, a recente medida de Graham parece ser uma mera manobra política: no domingo (18), ele sinalizou apoio ao pacote de segurança nacional de US$ 66 bilhões (cerca de R$ 327,1 bilhões) da Câmara, proposto por um grupo bipartidário de representantes na sexta-feira (16).
A Lei de Defesa das Fronteiras e Defesa das Democracias foi proposta pelo chamado caucus moderado bipartidário de solucionadores de problemas. Segundo o Axios, o projeto enfrentaria oposição dos republicanos da Câmara, já que suas disposições fronteiriças não são tão rígidas quanto o que os representantes conservadores buscam. Da mesma forma, as tentativas de forçar um pacote multimilionário para a Ucrânia poderiam ser rejeitadas pela deputada Marjorie Taylor Greene (republicana pela Georgia) e por membros do Partido Republicano com ideias semelhantes na câmara baixa.
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