Apesar de já estarem protestando há meses, as manifestações de hoje (20) marcaram uma escalada em relação às anteriores, com um bloqueio quase total de todas as passagens da fronteira ucraniana e perturbações nos portos e nas estradas em todo o país.
Imagens de televisão mostraram manifestantes na passagem de fronteira de Medyka abrindo vagões para permitir que grãos ucranianos fossem despejados nos trilhos.
De acordo com a agência Reuters, a ministra da Economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, disse que Kiev informou à Comissão Europeia sobre as ações dos manifestantes na fronteira com a Ucrânia e espera uma resposta robusta.
"A dispersão de grãos ucranianos nos trilhos da ferrovia é outra provocação política que visa dividir nossas nações", disse o vice-primeiro-ministro ucraniano, Aleksandr Kubrakov, em um post no X (antigo Twitter).
Os tratores dos manifestantes carregavam faixas que diziam: "Com os grãos fluindo da Ucrânia, os agricultores poloneses vão à falência."
Um organizador do protesto no cruzamento de Dorohusk, Marcin Wielgosz, disse que os ônibus seriam autorizados a atravessar uma vez por hora hoje, mas nenhum caminhão passaria das 8h às 18h (das 4h às 14h no horário de Brasília).
"Na minha opinião, a fronteira deveria ser fechada. Os procedimentos e sistemas deveriam ser esclarecidos e então talvez ela pudesse reabrir, mas não com as regras que temos agora. Porque agora você pode trazer o que quiser, o quanto quiser […] para a Polônia", disse Wielgosz à mídia.
Exasperados com os protestos poloneses, os transportadores ucranianos iniciaram a sua própria contramanifestação, afirma a agência, 24 horas por dia em três cruzamentos. O protesto está planejado para durar até 15 de março.
Imagens divulgadas pelos meios de comunicação mostraram caminhões ucranianos na fronteira com faixas com slogans como "A Ucrânia perde, a Polônia perde" e "O bloqueio da Ucrânia é uma traição aos valores europeus".