A proposta pede um cessar-fogo temporário na guerra entre Israel e o Hamas e se opõe à ofensiva terrestre por parte de seu aliado, Israel, em Rafah.
Vale ressaltar que, em outubro e dezembro de 2023, Washington protegeu Israel de ações da ONU e vetou duas resoluções do Conselho de Segurança desde o ataque de 7 de outubro a Israel por militantes do Hamas. Desde essa data, cerca de 29 mil palestinos já foram mortos.
A medida vem depois que os EUA sinalizaram que vetariam na semana passada uma resolução redigida pela Argélia — exigindo um cessar-fogo humanitário imediato — por preocupações de que isso pudesse prejudicar as negociações entre os EUA, Egito, Israel e Catar, que buscam intermediar uma pausa na guerra e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas.
Até agora, Washington tem sido avesso à palavra "cessar-fogo" em qualquer ação da Organização das Nações Unidas (ONU) na guerra entre Israel e Hamas.
No entanto, o novo texto dos EUA ecoa a linguagem que o presidente estadunidense Joe Biden disse ter usado na semana passada em conversas com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, conforme publicou a Reuters.
O projeto americano "destaca seu apoio a um cessar-fogo temporário em Gaza o mais rápido possível, com base na fórmula de libertação de todos os reféns, e pede a remoção de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em larga escala".
Para ser aprovada, a resolução precisa de pelo menos nove votos a favor e nenhum veto dos EUA, França, Reino Unido, Rússia ou China.
O texto do projeto dos EUA "determina que, nas circunstâncias atuais, uma grande ofensiva terrestre em Rafah resultaria em mais danos aos civis e seu deslocamento adicional, incluindo potencialmente para países vizinhos".
Israel planeja invadir Rafah, onde mais de um milhão dos 2,3 milhões de palestinos em Gaza buscaram abrigo, provocando preocupação internacional de que um ataque agravaria a crise humanitária em Gaza. A ONU alertou que a situação "poderia levar a um massacre".