"Desafios de vários tipos, não só desafios globais, como a questão da mudança do clima, mas o desafio básico de preservação da paz no sistema internacional. Então esse tema, o tema da reforma da governança global, será o tema principal da sessão do dia 22 entre chanceleres. E isso é uma primeira etapa na discussão da reforma da governança, porque o Brasil introduziu na sua presidência também uma inovação, que é fazer uma segunda reunião de chanceleres, que vai ser em setembro e que será em paralelo à pergunta da Assembleia Geral da ONU", afirmou Lyrio.
"Então nós estamos apagando incêndios, na verdade. Com 183 conflitos no mundo, é uma situação tão catastrófica do ponto de vista de efeitos humanitários, que obviamente a ação tem que ser estrutural. Então uma coisa é pregar a paz em cada um dos conflitos. Agora, é preciso justamente adaptar o sistema internacional a evitar a ocorrência de novos conflitos. Então aí o papel da ONU é central, que ela não foi criada para isso. Foi uma organização criada para manter a paz, evitar os conflitos."
"Só um exemplo aqui, muito grave. A Carta da ONU tem a palavra do 'ambiente'? Não tem. E será que hoje é possível pensar uma organização, que é guarda-chuva das organizações internacionais, sem mencionar a palavra do ambiente? Então é só um exemplo pequeno da questão da falta de atualidade do sistema que nós temos hoje. Então eu diria que há consenso em relação a ter uma ONU forte e capaz de ajudar-nos a enfrentar os desafios globais. Desafio global não dá para enfrentar individualmente, é preciso ter organizações fortes", disse o embaixador.
"Na verdade, esse chamado à paz que o presidente tem feito desde o início é absolutamente crucial […]. Mas isso tem sido, eu diria, uma posição clara da maioria dos países, inclusive no Brasil, a necessidade de cessar-fogo", concluiu o embaixador.