"Os embaixadores dos Estados-membros da UE concordaram hoje com o mandato de negociação do Conselho sobre duas propostas legislativas que visam renovar a suspensão de tarifas de importação e cotas sobre as exportações ucranianas e moldavas para a UE por mais um ano", informou o comunicado.
Com a decisão que prorroga as medidas de liberalização do comércio entre a UE e a Ucrânia, as tarifas de importação podem seguir suspensas até 5 de junho de 2025. Porém, para que entrem em vigor, é necessário que sejam aprovadas pelo Parlamento europeu, que deve discutir o assunto durante uma sessão plenária a ser realizada em abril.
"Ao renovar essas medidas, a UE continuará a apoiar e promover os fluxos comerciais da Ucrânia para a UE e o resto do mundo, e contribuirá para estabelecer as condições para relações econômicas e comerciais aprimoradas que levem à integração gradual da Ucrânia ao mercado interno da UE", acrescenta.
Já com relação à Moldávia, a isenção para os produtos agrícolas seguem em vigor até 24 de julho de 2025.
Competição 'desleal' gerou protestos
Desde o fim do ano passado, a Europa é tomada por manifestações de agricultores e ruralistas irritados pelas medidas tomadas pelos governos centrais. Além do bloqueio de estradas, mercados chegaram a ser invadidos na região, o que acirrou as tensões em países como França, Bélgica, Portugal, Itália, Grécia, Romênia, Países Baixos, Alemanha, Lituânia e Letônia.
Um dos principais motivos que levaram à insatisfação do setor europeu é justamente a concorrência desleal com os produtos agrícolas da Ucrânia.
Na última semana, agricultores britânicos realizaram bloqueios inspirados na atuação francesa para protestar contra as importações de alimentos de baixo custo.
Já na Polônia, um protesto de agricultores provocou revolta na Ucrânia na terça-feira (20), quando Kiev pediu à Comissão Europeia que tomasse medidas robustas depois que manifestantes bloquearam a fronteira e despejaram grãos ucranianos.
Imagens de televisão mostraram manifestantes na passagem de fronteira de Medyka abrindo vagões para permitir que grãos ucranianos fossem despejados nos trilhos.