"Na nossa visão, o G20 pode e deve desempenhar papel fundamental para a redução das tensões internacionais, bem como no avanço da agenda sustentável", afirmou. "Nesta reunião, a presidência brasileira do G20 propõe que nos centremos na terceira prioridade estabelecida pelo presidente Lula, a reforma da governança global. Antes de prosseguirmos com esse tema, permitam-me apenas reiterar a importância que o Brasil atribui à promoção da inclusão social, do combate à fome e à pobreza e a realização do desenvolvimento sustentável, que serão abordados mais a fundo nas outras reuniões."
O ministro das Relações Exteriores brasileiro apontou ainda que "este grupo é hoje possivelmente o fórum internacional mais importante, onde países com visões opostas ainda conseguem se sentar à mesa e ter conversas condutivas sem necessariamente carregar o peso de posições arraigadas e rígidas que têm impedido avanços em outros foros, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas [CSNU]."
"O Brasil ocupa um lugar no mundo que nos permite discutir essas mesmas tensões internacionais em qualquer fórum internacional. Nossas posições, caso hora em discussão no G20, em particular na situação na Ucrânia e na Palestina, são bem conhecidas e foram apresentadas publicamente nos fóruns apropriados, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Assembleia Geral da ONU [Organização das Nações Unidas]. As instituições multilaterais, contudo, não estão devidamente equipadas para lidar com os desafios atuais, como demonstrado pela inaceitável paralisia do Conselho de Segurança em relação aos conflitos em curso. Esse estado de inação implica diretamente em perdas de vidas inocentes", relembrou.
"Uma parcela muito significativa do mundo fez uma opção pela paz e não aceita ser envolvida em conflitos ou impulsionada por nações estrangeiras. O Brasil rejeita a busca de hegemonias antigas ou novas. Não é do nosso interesse viver em um mundo fraturado."
"Não é minimamente razoável que o mundo ultrapasse e muito a marca de US$ 2 trilhões [R$ 9,8 trilhões] em gastos militares a cada ano."