A titular da pasta enalteceu os ataques e bombardeios cometidos contra civis palestinos — desde 7 de outubro de 2023, as Forças de Defesa de Israel (FDI) mataram mais de 28 mil palestinos, incluindo milhares de mulheres e crianças, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza.
"Estou orgulhosa das ruínas de Gaza! Que cada bebê — mesmo aos 80 anos — conte aos seus netos o que os judeus fizeram quando assassinaram as suas famílias, violaram-nas e raptaram os seus cidadãos", declarou.
Em trecho divulgado nas próprias redes sociais, ela fez referência à "carta de Caim" e lançou insultos contra aqueles que, segundo ela, demonstraram covardia ao não atuarem no conflito, comparando-os a "porcos".
"Nem uma pomba nem uma folha de oliveira, apenas uma espada — para cortar a cabeça do [líder palestino do Hamas, Yahya] Sinwar", finalizou.
As declarações sobre o conflito ganharam mais destaque após o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, comparar, durante viagem oficial à Etiópia, o que ocorre em Gaza aos crimes cometidos pelo regime nazista.
A fala do presidente brasileiro gerou forte reação do governo de Israel, que exigiu uma retratação do líder. O chanceler israelense, Israel Katz, considerou as palavras de Lula "promíscuas" e "delirantes", exigindo um pedido de desculpas imediato.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, criticou a resposta de Israel, classificando-a como "insólita" e "revoltante".
Vieira destacou que a postura israelense de distorcer declarações e recorrer a linguagem ofensiva é inaceitável em relações diplomáticas entre países amigos.
"Uma chancelaria dirigir-se dessa forma a um chefe de Estado, de um país amigo, o presidente Lula, é algo insólito e revoltante. Uma chancelaria recorrer sistematicamente à distorção de declarações e a mentiras é ofensivo e grave", afirmou Vieira.
O governo brasileiro também refutou as alegações de que Lula estaria negando o Holocausto, rejeitando veementemente tais acusações como "mentirosas".