De acordo com a Reuters, a visita acontece na esteira de comentários de um grupo de reflexão dos EUA em janeiro, que levantou preocupação relativa às atividades da Marinha chinesa, uma narrativa que Pequim acusa de ter sido inventada para formar uma imagem negativa de uma suposta "ameaça da China".
Xiang Yang Hong 03, de propriedade de um instituto de pesquisa subordinado ao Ministério de Recursos Naturais da China, fez escala na capital das Maldivas, Male, segundo dados da MarineTraffic, mais de um mês depois de deixar seu porto de origem, Xiamen, no sudeste da China.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse que a pesquisa realizada pelo navio era "exclusivamente" para fins pacíficos, para beneficiar o conhecimento científico.
Nos últimos anos, a Índia tem manifestado preocupação com a presença de navios de pesquisa chineses no oceano Índico, mesmo que não pertençam às forças armadas.
Ainda de acordo com a apuração, um oficial de segurança indiano chegou a afirmar anteriormente que os navios tinham "dupla utilização", o que significa que os dados que recolhem podem ser usados para fins civis e militares.
Em 2022, Yuan Wang 5, uma embarcação militar capaz de rastrear lançamentos de foguetes e mísseis, chegou a Colombo, alarmando a Índia.
A última vez que um navio de pesquisa chinês atracou no Sri Lanka foi em outubro de 2023, reavivando as preocupações da Índia. Mas em janeiro, a nação insular impôs uma moratória de um ano aos navios de pesquisa estrangeiros, negando efetivamente à China um porto de escala.
A chegada de Xiang Yang Hong 03 se segue a uma visita à China em janeiro do presidente das Maldivas, Mohamed Muizzu, que melhorou os laços, com Pequim oferecendo ¥ 920 milhões (cerca de R$ 633,4 milhões) em "ajuda gratuita, abre uma nova questão".
As Maldivas afirmaram que o navio não faria pesquisas em suas águas, parando apenas para rotação de pessoal e reabastecimento de suprimentos.