Entretanto, astrônomos estão descobrindo coisas muito curiosas no espaço, e o mais recente é a estrutura que eles chamaram de Onda Radcliffe. Esta cadeia de gás em forma de onda de nuvens formadoras de estrelas é a maior estrutura coerente já vista em nossa galáxia, se estendendo por 9.000 anos-luz.
Uma recente pesquisa publicada na revista Nature descobriu que esta onda está realmente oscilando.
As nuvens de formação estelar elevam-se muito acima do plano da galáxia e depois voltam a descer. Este tipo de oscilação é conhecido como uma onda progressiva, que é semelhante aos torcedores "fazendo onda", pulando de seus assentos em um padrão sincronizado no estádio.
"Usando o movimento de estrelas recém-nascidas nas nuvens de gás ao longo da Onda Radcliffe", explica o astrofísico Ralf Konietzka da Universidade de Harvard e líder da equipe de pesquisa, "podemos rastrear o movimento de seu gás natal para mostrar que a Onda Radcliffe está realmente oscilando".
Esta estrutura está dentro da nossa galáxia e praticamente à nossa porta. Em termos astronômicos está a uma curta distância – de 500 anos-luz.
A história tem outro detalhe curioso: aparentemente o nosso Sistema Solar passou pela Onda Radcliffe há cerca de 13 milhões de anos. E essa pode ter sido uma época interessante para a vida na Terra. Estas regiões de formação estelar têm uma boa quantidade de estrelas em explosão, escreve The Washington Post.
"Acreditamos que há 13 milhões de anos poderíamos ter passado por um festival de supernovas", disse a coautora do estudo Catherine Zucker, astrofísica do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian.
Algo deve ter acontecido para perturbar nossa vizinhança galáctica e impor desordem no firmamento. Uma possibilidade é que algo – talvez uma galáxia anã – veio colidir com a Via Láctea e causou um grande respingo, e a onda é um efeito de oscilação.