Qual o valor simbólico da manifestação convocada por Bolsonaro?
"Bolsonaro, com o ato, alimenta o seu público, provoca os poderes e se coloca como vítima de perseguição política. Zomba da cidadania e continua a golpear a Constituição que jurou respeitar quando presidente", diz o sociólogo.
Ato pode ser encarado como 'teste de fidelidade' para Bolsonaro?
"O bolsonarismo é um dos elementos dessa nova polarização mais acentuada que o Brasil está vivendo atualmente, e isso está relacionado também a um crescimento bastante expressivo do eleitorado evangélico, que é o eleitorado mais conservador, o eleitorado mais descolado do estado, que prefere ver o estado diminuído."
Bolsonaro conta com apoio do governador do estado mais rico do Brasil
"Ele tem que ir porque é um herdeiro direto. Ele, por mais que queira se afastar desse golpismo do bolsonarismo, ao mesmo tempo, ele tem que aproveitar o espólio. Para esses líderes da direita, especialmente o Tarcísio — eu diria que é um candidato presidencial em potencial —, não é muito interessante que Bolsonaro saia cacifado desse evento. Ainda que ele não possa deixar de ir, porque, se ele deixa de ir, é visto como uma traição. E aí perde esses eleitores que o Bolsonaro tem em São Paulo."
"É um compromisso com um político acusado de tentativa de golpe de estado, o maior crime que se pode cometer contra a própria sociedade", ressalta o professor da Mackenzie.
Ato não deve causar impactos significantes nas eleições municipais de 2024, avaliam especialistas
"As eleições ocorrem no segundo semestre. Até lá muita coisa vai acontecer. Portanto, não creio que seja possível, agora, especular uma relação entre o ato bolsonarista e as disputas municipais", pondera Baptistini.