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Lula volta a acusar governo de Israel de genocídio e endossa criação do Estado palestino (VÍDEOS)

Durante lançamento do novo edital do Programa Petrobras Cultural no Rio de Janeiro, presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira (23), declarou mais uma vez que o que Israel faz na Faixa de Gaza não é guerra, mas genocídio. Conflito já provocou a morte de mais de 30 mil pessoas em quatro meses.
Sputnik
Na segunda agenda do dia no Rio de Janeiro, após participar da inauguração do Terminal Gentileza, na zona portuária, o presidente Lula esteve no lançamento do novo programa cultural da Petrobras que vai conceder R$ 250 milhões em financiamentos.
Na ocasião, Lula voltou a criticar a atuação de Israel frente ao conflito na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 90% da população em situação de fome, além de 100 mil pessoas mortas, feridas ou desaparecidas.

"Quero dizer pra vocês que da mesma forma que o quando estava preso não aceitava nenhum acordo para sair da cadeia, porque eu não trocava a minha dignidade pela minha liberdade, eu quero dizer pra vocês agora que eu não troco a minha dignidade pela falsidade. Quero dizer pra vocês que sou favorável à criação do Estado Palestino, livre e independente, e posso ter o Estado Palestino convivendo com o Estado Israel", afirmou Lula sob aplausos do público, que contou com artistas, ministros e autoridades de Estado.

Para Lula, o que o governo de Israel faz com o povo palestino, que é bombeado diariamente pelo Exército sob a justificativa de destruir o Hamas, não é uma guerra, mas um genocídio contra homens, mulheres, trabalhadores e crianças. O presidente disse ainda que a fala do último fim de semana, após reunião da cúpula da União Africana na Etiópia, foi mal interpretada.
Na ocasião, Lula comparou o conflito ao Holocausto do regime de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial, quando mais de 6 milhões de pessoas morreram.
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"Tem que interpretar a entrevista que eu dei, leia a entrevista em vez de ficar me julgando pelo que disse. O que está acontecendo em Israel é um genocídio, são milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas, e não está morrendo um soldado, estão morrendo mulheres e crianças dentro do hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio, eu quero dizer pra vocês o que é", defendeu.

Conselho de Segurança da ONU 'não representa nada'

Lula também comentou sobre uma das principais propostas do Brasil para a presidência do G20 neste ano, que é a reforma da governança global. Mesmo diante da magnitude de uma guerra como a de Gaza, o presidente criticou a falta de efetividade das ações da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Conselho de Segurança.

"O Conselho de Segurança da ONU hoje não representa nada, não toma decisão para nada e não faz mais nada. Teve uma proposta aprovada pelo ministro Mauro Vieira [em outubro do ano passado] que teve 12 votos favoráveis, duas abstenções e um voto contra dos Estados Unidos, que depois de votar contra, simplesmente vetou, porque tem o direito do veto. Ontem foi aprovada outra decisão que teve 13 votos a favor, um voto contra e uma abstenção, um voto contra dos Estados Unidos, que vetou a proposta. A lógica da ONU não é agir de forma democrática”, criticou.

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Evento cultural da Petrobras

As declarações do presidente Lula aconteceram durante o lançamento do edital do programa Petrobras Cultural, que terá o maior investimento da história.
Criado para financiar projetos que valorizem a economia criativa e a diversidade, o Programa Petrobras Cultural teve as inscrições iniciadas nesta sexta-feira (23) e a expectativa é que sejam encerradas em 8 de abril. Ao todo, serão destinados R$ 250 milhões através da Lei Rouanet e da Lei do Audiovisual para projetos e iniciativas culturais.
Neste ano, o objetivo da iniciativa é valorizar as regionalidades, com o elemento brasilidade como norteador.
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