Os Estados Unidos estão reconsiderando sua abordagem quanto às formas de combate em meio ao conflito na Ucrânia, informou na quinta-feira (22) o jornal norte-americano The Washington Post (WP).
"As Forças Armadas dos EUA estão realizando uma grande revisão de sua abordagem de guerra, abandonando em grande parte o cenário de contrainsurgência que foi a marca registrada das operações de combate no Iraque e no Afeganistão, para se concentrar, em vez disso, na preparação para um conflito ainda maior com adversários mais experientes, como a Rússia ou a China", disse o WP.
De acordo com o jornal, o estudo secreto de um ano sobre o conflito ucraniano ajudará a moldar a próxima Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, e os responsáveis norte-americanos estudaram cinco áreas: manobra terrestre, poder aéreo, guerra informacional, sustentação e desenvolvimento de forças e poder de fogo de longo alcance.
Stacie Pettyjohn, diretora do programa de defesa do think tank Centro para uma Nova Segurança Americana (CNAS, na sigla em inglês), avaliou que a situação na Ucrânia se transformou em um conflito prolongado no qual cada lado está tentando desgastar o outro. Além disso, segundo ela, a crença de longa data do Pentágono de que as armas de precisão caras são essenciais para vencer os conflitos está se deteriorando.
"As munições guiadas por GPS fornecidas à Ucrânia se mostraram vulneráveis à interferência eletrônica", notou a mídia norte-americana, observando que os militares ucranianos se adaptaram ao uso de artilharia não guiada mais antiga, combinada com sensores e drones, e que os militares dos EUA tomaram nota.
As fontes do jornal apontam que o conflito na Ucrânia mostrou que tudo o que os militares dos EUA fazem precisa ser repensado.
Como exemplo, os soldados americanos agora têm ordens de não usar telefones na área de treinamento. Os telefones foram comparados à ameaça de fumar cigarros nas linhas do front durante a Segunda Guerra Mundial, quando as tropas inimigas procuravam luzes laranja brilhantes para ajudar a identificar alvos. O veículo de imprensa destacou que rádios, controladores de drones e veículos militares também emitem quantidades significativas de atividade eletromagnética e energia térmica que podem ser detectadas.