"A crise agrária não pode ser resolvida em poucas horas. Não será resolvida durante esta feira", declarou Emmanuel Macron na exposição, inaugurada no Centro de Exposições Porte de Versailles, em Paris.
A reação acontece após Macron cancelar um debate agendado com sindicatos de agricultores e grupos ambientalistas na feira, às vésperas do evento.
No entanto, o líder francês teve algumas conversas com agricultores e comprometeu-se a reforçar os controles nas negociações sobre os preços dos alimentos, tanto a nível nacional como europeu. Ele destacou, ainda, a importância de a Europa manter a sua força agrícola durante a transição para modelos mais sustentáveis.
Macron também anunciou ajuda financeira de emergência para agricultores em dificuldades e agendou uma reunião com representantes agrícolas dentro de três semanas para consolidar medidas e compromissos para futuros avanços.
Nas últimas semanas, os protestos dos agricultores aumentaram em diferentes países da União Europeia. A França é um dos principais palcos das grandes manifestações de produtores, que bloqueiam estradas com tratores, pilhas de feno e de esterco, jogam lixo nas sedes administrativas, para exigir reconhecimento da importância do seu trabalho e condenando a atual política agrícola aplicada pelo governo, que, segundo eles, diminui sua competitividade.
Os agricultores protestam, em particular, contra as importações baratas da Ucrânia, contra as restrições impostas à utilização da água necessária para a irrigação, o aumento do custo do diesel e as medidas restritivas relacionadas com a proteção ambiental.
Agricultores de Espanha, Alemanha, Itália, Bélgica, Polônia, Romênia e Países Baixos também se opõem a diversas políticas ambientais que consideram prejudiciais aos seus interesses.