Bolsonaro está sob investigação da Polícia Federal na operação Tempus Veritatis. Na última quinta-feira (22), o ex-presidente e seus aliados tiveram que comparecer à PF em Brasília para depor.
Em sua fala, que durou cerca de 20 minutos, Bolsonaro defendeu seu governo, elogiou seus aliados e rebateu as acusações de planejar um golpe de Estado.
"Levo pancada desde antes das eleições de 2018, passei quatro anos perseguido também enquanto presidente da República e essa perseguição aumentou sua força quanto deixei a presidência da República", iniciou sua defesa o ex-presidente.
Segundo Bolsonaro, a minuta encontrada, na qual foi descrito um passo a passo para supostamente impedir o mandato do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não pode ser prova de tentativa de golpe uma vez que seria um instrumento constitucional.
"Agora o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa? Golpe? Usando a Constituição? Tenham a santa paciência", afirmou.
No chamado estado de defesa, afirmou Bolsonaro, o presidente ainda deve consultar o Conselho da República e fazer um pedido ao Congresso. "Agora querem entubar a todos nós que um golpe usando um dispositivo da Constituição, cuja palavra final quem dá é o Parlamento brasileiro, estava em gestação", disse.
"Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração, é trazer classes políticas para o seu lado, [classes] empresariais, isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil."
O ex-presidente aproveitou a oportunidade para se mobilizar por um pedido de anistia pelos condenados pela participação nos atos de 8 de janeiro de 2023. "O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado", afirmou.