O astro em questão, chamado WD 0816-310, é um remanescente estelar superdenso de uma estrela morta localizado a 63 anos-luz da Terra. Os astrônomos anteriormente supunham que os fragmentos de planetas ou asteroides destruídos e consumidos por anãs brancas eram distribuídos uniformemente em suas superfícies.
Entretanto, as observações feitas no âmbito do novo estudo publicado na revista The Astrophysical Journal Letters revelaram que os fragmentos de uma de suas refeições ficaram presos no lugar por poderosos campos magnéticos, criando uma listra metálica escura através de sua superfície, escreve Live Science.
"É sabido que algumas anãs brancas – brasas que lentamente esfriam de estrelas como o nosso Sol – canibalizam pedaços de seus sistemas planetários", disse em comunicado o autor principal do estudo, Stefano Bagnulo, astrônomo do Observatório e Planetário de Armagh, na Irlanda no Norte. "Agora descobrimos que o campo magnético da estrela desempenha um papel fundamental nesse processo, resultando em uma cicatriz na superfície da anã branca."
Estrela anã branca (imagem de referência)
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As anãs brancas formam-se quando as estrelas entre um décimo e oito vezes a massa do Sol ficam sem combustível para a fusão nuclear. Quando isso acontece, as estrelas perdem suas camadas exteriores, revelando um núcleo compacto, denso e quente que esfria lentamente com o tempo.
Para analisar o WD 0816-310, os pesquisadores usaram o Very Large Telescope no Chile, monitorando a anã branca por dois meses. Eles notaram que, à medida que a estrela girava em seu eixo, os metais que o telescópio detectou mudaram rapidamente e combinaram com as mudanças no campo magnético da anã branca.
Juntas, essas duas observações implicam que o campo magnético polar de WD 0816-310 havia devorado as sobras metálicas de uma de suas refeições em um dos polos magnéticos da anã branca, deixando uma espécie de cicatriz em sua superfície.