O ministro, que se encontrava em isolamento devido ao seu recente diagnóstico de COVID-19, enfatizou a importância de uma "justa contribuição em imposto" por parte dos mais ricos.
Haddad propôs a discussão dessa ideia em uma sessão programada para a quinta-feira (29) com autoridades relevantes. Ele destacou que essa proposta seria o terceiro pilar da cooperação tributária internacional, enquanto a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) trabalha em uma solução de dois pilares, incluindo a taxação de empresas multinacionais com lucros bilionários.
"Reconhecendo os avanços obtidos na última década, precisamos admitir que ainda precisamos fazer com que os bilionários do mundo paguem sua justa contribuição em impostos", afirmou Haddad em seu discurso virtual.
O ministro ressaltou o aumento da pobreza global nos últimos anos, atribuindo parte da responsabilidade à crise financeira mundial de 2008. Ele argumentou que essa crise, marcada pela falência do banco Lehman Brothers, foi causada pela combinação de quatro fatores: liberalização de mercados, flexibilização de leis trabalhistas, desregulamentação financeira e livre circulação de capitais.
Haddad afirmou que, apesar dos avanços sociais e econômicos que retiraram "milhões" da pobreza, principalmente na Ásia, a desigualdade global persiste. Ele enfatizou que a crise de 2008 deixou o mundo ainda mais desigual, com bilionários praticamente intocados pelos efeitos de uma economia instável, enquanto a pobreza avançou em níveis alarmantes em diversos países.
A proposta do ministro promete ser um ponto central nas discussões futuras sobre a cooperação financeira internacional e a busca por uma distribuição mais equitativa da carga tributária.