Panorama internacional

Joe Biden enfrenta dissidência sobre Gaza ao vencer as primárias democratas em Michigan, diz mídia

O apoio do presidente dos EUA à guerra de Israel contra o Hamas irritou membros do seu partido em um estado decisivo para consolidação de sua campanha rumo ao próximo mandato.
Sputnik
O presidente dos EUA, Joe Biden, venceu confortavelmente as primárias democratas em Michigan na terça-feira (27), apesar de um grupo de eleitores de seu partido, irritados com seu suporte à guerra de Israel em Gaza, ter abandonado o apoio ao presidente.
De acordo com o Financial Times (FT), ativistas progressistas e líderes árabes-americanos instaram os democratas de Michigan a votarem "descomprometidos" em vez de apoiarem Biden, um sinal de alerta para a sua tentativa de reeleição contra Donald Trump em um estado crucial e decisivo.
Segundo a apuração, alguns democratas já acreditam que Biden terá dificuldades para unir a sua coligação de centro-esquerda em torno da sua candidatura em novembro.
A reação negativa em relação a Gaza também colocou a política externa no centro da corrida à Casa Branca, juntamente com outras questões importantes como a imigração, a economia, o futuro da democracia dos EUA e o carácter dos candidatos.
Na madrugada desta quarta-feira (28), no horário local, com 69% dos votos democratas contados em Michigan, Biden havia vencido com 81%, enquanto 13% escolheram de forma "descomprometida". Os candidatos improváveis, Dean Phillips e Marianne Williamson, tinham cerca de 3% cada.
Separadamente, em Michigan, Trump obteve outra vitória confortável na corrida pela nomeação presidencial republicana contra Nikki Haley, com 68% dos votos republicanos, enquanto Haley obteve 27% – o que, apesar de favorito, demonstra que Trump ainda enfrenta alguma rejeição dentro de seu partido.
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Ainda segundo o FT, o protesto do lado democrata é uma reação ao apoio contínuo de Biden a Israel durante o conflito em Gaza, onde quase 30 mil pessoas morreram desde que Israel declarou guerra ao Hamas em resposta ao ataque do grupo militante em 7 de outubro, de acordo com autoridades palestinas.
Michigan é um estado decisivo nas eleições presidenciais norte-americanas pela pouca previsibilidade nos resultados. Nas últimas disputas eleitorais, apresentou margens estreitas quando Biden derrotou Donald Trump, em 2020, por apenas 150 mil votos, ou ainda quando Trump derrotou Hillary Clinton quatro anos antes por menos de 11 mil votos.
Pouco mais da metade das pessoas que vivem em Dearborn, um subúrbio da maior cidade do estado, Detroit, corresponde a árabes-americanas, de acordo com o último censo. Cerca de 140.000 árabes-americanos votaram em Michigan nas eleições presidenciais de 2020, e a postura da Casa Branca em Gaza tem preocupado a campanha de Biden.
Biden é um defensor ferrenho de Israel. Mas, nas últimas semanas, após suas aparições públicas terem sido interrompidas por manifestantes pró-Palestina inúmeras vezes, o presidente norte-americano resolveu subir o tom nas críticas ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Na segunda-feira (26), Biden chegou a afirmar que estava esperançoso quanto a um cessar-fogo temporário em Gaza já na próxima semana.
Pesquisas de opinião recentes colocaram Trump à frente de Biden em um hipotético confronto em Michigan. Uma pesquisa da Emerson, publicada na semana passada, mostrou que ele liderava por uma margem de apenas quatro pontos no estado.
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