O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO) informou em sua conta na plataforma X (antigo Twitter) que o suspeito é dono do ferro-velho que recebeu, fez o desmonte e descartou o carro GM Cobalt usado para cometer o duplo homicídio que vitimou a vereadora e seu motorista.
O homem foi preso próximo a sua residência, no bairro de Santa Cruz da Serra, município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Foi levado para a Superintendência Regional da PF no Rio e, sem seguida, para uma unidade do sistema prisional.
O homem já havia sido denunciado pelo Ministério Público em agosto de 2023, acusado de "impedir e embaraçar as investigações de infrações penais envolvendo organização criminosa, causando sérios prejuízos à administração da Justiça e, por consequência, à busca da verdade real", diz a nota da GAECO.
"Segundo a denúncia, no dia 16 de março de 2018, Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz, respectivamente atirador e motorista do duplo homicídio, entregaram o carro ao denunciado, em praça situada à Avenida dos Italianos, em Rocha Miranda, após ajuste com Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, partícipe dos crimes", diz o comunicado.
A participação foi confirmada pela delação de Queiroz. O então ministro da Justiça, Flávio Dino, e atual ministro do STF, declarou em julho de 2023 que, na colaboração premiada de Queiroz, preso com Ronnie desde 2019, ele confessou ter dirigido o carro de onde Ronnie Lessa fez disparos contra Marielle com uma submetralhadora.
Relembre o caso
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa seis anos no dia 14 de março. Por volta das 21h00, o veículo que transportava Marielle, Anderson Gomes e a assessora Fernanda Chaves foi emparelhado na região central da capital fluminense por um Chevrolet Cobalt prata clonado.
A janela traseira do veículo em movimento foi aberta, e 13 tiros de uma submetralhadora MP5 foram disparados contra a parlamentar carioca, dos quais cinco a atingiram — três deles acertaram o condutor.
Marielle trabalhou como assessora do atual presidente da Embratur e então deputado estadual, Marcelo Freixo, por dez anos até ser eleita vereadora, em 2016, pelo Psol.