Panorama internacional

Analista: reestruturação do Exército dos EUA para potencial confronto com Rússia e China é 'loucura'

O Exército dos EUA está cortando suas forças em 24.000 militares e se reestruturando para ser capaz de lutar nas próximas grandes guerras, enquanto está com dificuldades para recrutar novas tropas, de acordo com um novo documento do serviço militar intitulado "Transformação da Estrutura da Força do Exército". O que está por trás da revisão?
Sputnik
Os cortes reduzirão o tamanho do Exército dos EUA de aproximadamente 494.000 para 470.000 soldados até o ano fiscal de 2029. De acordo com a mídia estadunidense, os cargos de contrainsurgência, que aumentaram durante as guerras de Washington no Afeganistão e no Iraque, serão cortados primeiro.
"Nós [os EUA] estamos nos afastando do contraterrorismo e da contrainsurgência; queremos ser posicionados para operações de combate de larga escala", disse a secretária do Exército dos EUA, Christine Wormuth, a jornalistas em 27 de fevereiro.
"Eles estão olhando mais uma vez para o antigo tipo convencional de guerra nos campos de batalha, tal como eles estão testemunhando agora na Ucrânia", disse à Sputnik Michael Maloof, ex-analista sênior de política de segurança do Pentágono.
"Espero que nunca cheguemos a isso. Nós [os EUA] precisamos retirar nossas tropas. Precisamos fechar muitas de nossas bases porque elas são um imã para tensões e para provocar confusão em todo o mundo. Elas não são mais necessárias. Você olhe para o Oriente Médio. Nós temos 35 bases em torno do Irã. Elas deveriam servir para dissuasão. Mas vimos que a dissuasão não está funcionando no Oriente Médio. E agora elas se tornam alvos principais. E como resultado, elas se tornam o calcanhar de Aquiles americano por causa da exposição."
Dado que o Exército dos EUA – bem como todo o Departamento da Defesa – mudaram sua doutrina geral em relação a futuras guerras e confrontos diretos com a Rússia e a China, o esforço de reestruturação anunciado não é surpreendente, de acordo com Maloof.
"Eles estão considerando de novo os grandes exércitos lutando entre si", observou o especialista militar.
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Ao ser perguntado se a revisão foi motivada pela falta de tropas, Maloof observou que "o recrutamento nos EUA tem sido muito baixo em todos os serviços, exceto no Corpo de Fuzileiros Navais".
Os jovens não estão indo para o Exército, disse ele. "E a única maneira de colocá-los no serviço será por um alistamento, ressuscitando o alistamento. E o povo americano não quer absolutamente o alistamento. Eles não vêm a imperatividade."
O ex-analista do Pentágono alertou que enfrentar a Rússia e a China dificilmente terminaria bem para o Exército norte-americano.

"Nunca vamos juntar tropas suficientes para combater o que a Rússia é capaz de juntar, ou a China, ou uma combinação das duas. É [uma coisa] louca e suicida. Precisamos de trabalhar juntos neste mundo e com uma concorrência saudável, não uma concorrência militar", disse Maloof.

"Precisamos reconhecer o fato de que países como a Rússia e a China têm capacidades. E agora eles estão sendo, especialmente a Rússia, obviamente muito testados em batalha. Nossas tropas não estão. Elas só estiveram envolvidas em contrainsurgência", conclui o especialista.
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