Pelo menos 112 pessoas morreram e outras 760 ficaram feridas após um ataque atribuído às Forças de Defesa de Israel (FDI) contra palestinos que aguardavam a entrega de ajuda humanitária na região oeste da cidade de Gaza nesta quinta-feira (29).
Principal aliado de Israel na guerra contra o grupo palestino Hamas, o presidente Joe Biden disse que manteve conversas com o emir do Catar, o sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, países que mediam as negociações de um cessar-fogo.
"Eles também discutiram o incidente trágico e perturbador que ocorreu hoje cedo no norte de Gaza", informou a Casa Branca em comunicado.
Os líderes dos dois países árabes defenderam que o bombardeio contra a população que esperava por comida reforçou a necessidade de uma "conclusão rápida das negociações" sobre o estabelecimento de uma trégua e a libertação de reféns. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) se limitou a dizer que o caso deve ser investigado.
Apesar da condenação, os EUA divulgaram que não há provas de que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, seja responsável por ter ordenado pessoalmente o bombardeio contra a população civil. "Não há provas disso", respondeu o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller.
Reações internacionais contra Israel se proliferaram imediatamente após a divulgação do elevado número de mortos nesse novo ataque. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chegou a anunciar a suspensão da compra de todas as armas de fabricação israelense. "Pedindo comida, mais de 100 palestinos foram assassinados por Netanyahu. Isso se chama genocídio e lembra o Holocausto, embora as potências mundiais tenham dificuldade em reconhecê-lo", disse.
Anteriormente, a mídia palestina informou que Israel atacou a rua Ar-Rashid, no oeste da cidade de Gaza. Já as FDI informaram que os habitantes de Gaza roubaram caminhões que transportavam ajuda humanitária e dezenas de pessoas ficaram feridas durante a ação. Na sequência, mudaram a versão e disseram que vários palestinos morreram ao serem atingidos pelas rodas dos veículos após uma "debandada".
Com isso, muitos teriam avançado em direção aos soldados israelenses, que abriram fogo.