"O conflito que continua a assolar o Sudão está desgastando ainda mais o Estado de Direito e a proteção dos civis, bem como colocando em perigo todo o país e a região. O secretário-geral apela às partes em conflito para que abandonem as armas e se comprometam a ampliar as negociações de paz que levem à retomada de uma transição democrática liderada por civis", disse o porta-voz em comunicado.
O porta-voz acrescentou que uma pequena equipe permanecerá na cidade de Port Sudan para supervisionar o processo de liquidação da missão, a partir de 1º de março.
Dujarric acrescentou que o secretário-geral da ONU, António Guterres, "conta com a total cooperação das autoridades sudanesas para garantir que este processo seja concluído da forma mais tranquila e rápida possível".
Ramtane Lamamra, enviado pessoal do secretário-geral da ONU para o Sudão, iniciou o trabalho de apoio aos esforços de mediação em coordenação com parceiros africanos e internacionais, acrescentou o porta-voz.
Em janeiro, mais de 10 milhões de pessoas precisaram se deslocar no Sudão, em virtude do conflito armado, segundo a ONU. De acordo com os dados publicados pela entidade, em 23 de janeiro, o número de refugiados do Sudão inclui mais de 2 milhões de crianças de menos de cinco anos, informa a organização.
No início de dezembro de 2023, o Conselho de Segurança da ONU adotou resolução para pôr fim à missão da ONU no Sudão.
No final de outubro, as partes retomaram as negociações, mediadas pela Arábia Saudita em Jidá, mas as hostilidades no país continuam.
O conflito
Desde o dia 15 de abril do ano passado, o Sudão é palco de confrontos entre as Forças Armadas sudanesas e a RSF, um grupo paramilitar do país.
Em meados de novembro de 2023, as autoridades sudanesas solicitaram que a ONU encerrasse a UNITAMS, alegando que a missão foi criada para ajudar o governo de transição do Sudão, mas o seu desempenho "foi decepcionante".
Desde então, as partes em conflito introduziram uma série de cessar-fogo temporários, sem sucesso. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alertou que a continuidade do conflito armado no país pode desencadear surtos de doenças e colapsar o sistema de saúde.