Na ocasião, também adiantou que acabará com a agência estatal de notícias Télam:
"Vamos encerrar a agência Télam, que tem sido utilizada nas últimas décadas como agência de propaganda kirchnerista", sentenciou Milei frente aos deputados e senadores reunidos na Assembleia Legislativa.
O mandatário iniciou seu discurso com diagnóstico detalhado da situação do Estado, e destacou o que chamou de "herança" recebida do ex-presidente Alberto Fernández, que substituiu no comando da Casa Rosada em 10 de dezembro passado.
Falou ainda dos 82 dias desde que assumiu o poder, ao citar o que chamou de plano mais ambicioso de gastos públicos implementado nos primeiros dias de governo para reduzir o déficit, com eliminação de programas sociais, redução de ministérios, cortes de repasses para as províncias e demissões de milhares de "funcionários fantasmas".
Contra "a casta"
Milei voltou a se referir e questionar "a casta política", afirmando que existe "um esquema podre" no poder legislativo e judiciário em todos os níveis, nacional, provincial e municipal, respaldado pelos meios de comunicação e jornalistas "subornados".
Ele nunciou que enviará em breve ao Congresso um pacote de leis "anticasta", a fim de eliminar o financiamento público dos partidos políticos, impedir que políticos condenados por corrupção em segunda instância possam concorrer a cargos nacionais, acabar com aposentadorias para presidentes e vice-presidentes, entre outras medidas.
Milei foi aplaudido e ovacionado por legisladores e funcionários do governo que compareceram ao recinto para ouvir seu discurso. "A casta está com medo", cantaram em alguns momentos.
Por fim, o chefe do Executivo argentino convocou governadores, ex-presidentes e líderes de partidos políticos a "deixarem de lado interesses" e a assinar um novo contrato social em 25 de maio, em Córdoba. Segundo o presidente, trata-se de um contrato que estabelece os "dez princípios de uma nova ordem econômica na Argentina".
Milei chegou a chamar o Congresso onde esteve hoje de "ninho de ratos" durante as negociações pelo projeto malsucedido da lei 'ómnibus', que ele considerava crucial para o ajuste econômico que planeja em seu governo.
Mudanças na cerimônia e protestos nas ruas
O Governo nacional organizou a cerimônia a partir das 21h (hora da Argentina), horário inédito para a abertura das sessões que anualmente é liderada pelo presidente da nação, por volta do meio-dia.
Apesar do horário noturno, organizações sociais e políticas de esquerda mobilizaram-se diante do Congresso para rejeitar as medidas de austeridade implementadas pelo governo.
Também convocaram um 'catracaço' nas estações de trem, para que passageiros pulassem as catracas, para protestarem contra os aumentos do transporte público.