No documento, elaborado pela organização Internacional Progressista, uma rede de deputados ativistas focados na justiça internacional, a recomendação é vista como a melhor medida prática para causar indignação pública pelas 30 mil mortes de palestinos na Faixa de Gaza.
Os deputados argumentam que não serão cúmplices da "grave violação do direito internacional por parte de Israel" e apelam por um cessar-fogo imediato e incondicional, reivindicação que até agora não foi ouvida ou foi rejeitada pelos governos nacionais, segundo o The Guardian.
Os signatários são todos deputados em parlamentos onde os governos permitem a venda de armas a Tel Aviv: Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Irlanda, Países Baixos, Portugal, Espanha, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos — este com apenas duas assinaturas, das congressistas democratas Rashida Tlaib e Cori Bush.
Os organizadores acreditam que os governos que fornecem armas são vulneráveis a desafios legais, dada a escala da devastação em Gaza, que, segundo eles, vai além de qualquer definição de autodefesa ou proporcionalidade.
"Sabemos que as armas letais e as suas peças, fabricadas ou transportadas através dos nossos países, ajudam atualmente o ataque israelense à Palestina, que custou mais de 30 mil vidas em Gaza e na Cisjordânia. Não podemos esperar. Após a decisão provisória do Tribunal Internacional de Justiça [TIJ] sobre o caso da convenção de genocídio contra o Estado de Israel, um embargo de armas passou de uma necessidade moral para se tornar um requisito legal", diz o documento citado pela mídia.
No entanto, vale lembrar que o TIJ não tem poderes de aplicação da lei e os EUA já bloquearam três vezes o projeto de resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que procuraria transformar a decisão do TIJ em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Também nesta sexta-feira (1º), o Brasil se pronunciou sobre um ataque atribuído às Forças de Defesa de Israel (FDI) que deixou 112 palestinos que esperavam por ajuda humanitária mortos. Cerca de 750 pessoas ficaram feridas.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro publicou uma nota afirmando que a situação é intolerável e que "vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos".
Após mais de quatro meses de combates e destruição de praticamente todo o território palestino, a guerra promovida por Israel já deixou mais de 30 mil civis mortos, dos quais 12 mil crianças, além de desabrigar pelo menos 1,7 milhão de pessoas. A população da Faixa de Gaza é de cerca de 2,3 milhões.