Panorama internacional

Na CELAC, presidente boliviano acusa Ocidente de 'ingerência' na AL por recursos naturais como lítio

O presidente da Bolívia, Luis Arce, declarou nesta sexta-feira (1º) que potências ocidentais têm buscado interferir em assuntos políticos na América Latina e no Caribe por interesses em recursos naturais, como lítio, gás e petróleo.
Sputnik
A declaração foi deita durante a 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), realizada ao logo do dia de hoje, em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas.

"A ingerência de países estrangeiros na América Latina, tem a ver com os recursos naturais que sempre denunciamos, [eles] pretendem apoderar-se de nossos recursos, no nosso caso o litio, os minerais raros e outros recursos que temos. Também há ingerência em momentos em que se tensionam as relações entre Venezuela e Guiana", declarou ele à TV estatal boliviana, após o fim da abertura da reunião.

O presidente citou a disputa entre a Venezuela e a Guiana pelo território de Essequibo, como exemplo dessa tentativa de interferência:

"A CELAC logrou um acordo (entre Venezuela e Guiana), mas vimos movimentos suspeitos, ingerências dos Estados Unidos e da Gran Bretaña, que realizaram movimentos militares para desestabilizar essa zona de paz", disse ele.

Arce também questionou o bloqueio e as sanções dos Estados Unidos contra Cuba, Nicarágua e Venezuela, que frearam o desenvolvimento desses países.
"É uma herança que temos na América Latina, porque não temos lamentavelmente nenhuma solução para este problema, que há vários anos está tirando até vidas em vários países. É desumano o que está acontecendo com os povos da América Latina", disse ele.
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Arce convocou as nações da América Latina e do Caribe a assumirem uma posição de protagonismo na construção de um nova ordem mundial, caracterizada pela multipolaridade, para fazer frente à unipolaridade que mantém as potências ocidentais.

Reunião Bilateral entre Luis Arce e Lula

Também nesta sexta-feira, Arce se reuniu com o presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva, que também participou da CELAC, da qual o país voltou a fazer parte em 2023..

"Temos vários temas com o Brasil, a troca (permuta) de moedas, no tema de fertilizantes, a construção de uma nova planta para o mercado brasileiro. Há interesses de empresas brasileiras para aterrizar na Bolívia e ajudar na industrialização e outras áreas da economia", disse o presidente da Bolívia.

De acordo com o Palácio do Planalto, no encontro foram discutidos investimentos em gás e obras de infraestrutura para a integração entre os países, ampliação do comércio e produtos entre os dois países e produção de fertilizante e gás.
O Brasil é o maior sócio comercial da Bolívia na América do Sul, pelas exportações de gás natural e fertilizantes, como a ureia.
Lula também teve reuniões ,com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e da Venezuela, Nicolás Maduro, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e autoridades de Chile e México, além da assinatura de um acordo de serviços aéreos com Antígua e Barbuda.
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