"A situação acaba se revelando constrangedora para os membros da aliança, que até então insistiam na narrativa de que a OTAN não faz parte do conflito e de que eles apenas estão enviando auxílio indireto para as forças ucranianas. Esse argumento está cada vez mais posto em xeque, está cada vez mais questionado. Isso dá cada vez mais força e legitimidade para os argumentos russos."
"Isso coloca os líderes europeus numa espécie de saia justa, porque eles são obrigados a dar uma resposta, não somente à diplomacia russa, mas aos organismos internacionais. Prestar contas até para as delegações de outros membros da OTAN, principalmente membros menores não necessariamente envolvidos nessas operações. Eles também precisam prestar contas para o seu próprio corpo legislativo e sua sociedade civil."
"As queixas russas nesse sentido nunca foram ouvidas, continuam não sendo levadas a sério e, agora, você tem uma situação de difícil retorno. Agora, os russos não enxergam mais a possibilidade de voltar a uma mesa de negociação, a não ser que os seus termos estejam contemplados."
"Reforça as suspeitas russas de que não se trata apenas de um conflito contra a Ucrânia, contra o governo ucraniano, mas sim uma Ucrânia cada vez mais alicerçada por um conjunto de nações que, devido aos seus diversos interesses, não permitem que a guerra tenha um desfecho ou que seja desfavorável a eles."
"O governo ucraniano não se mostra capaz de avaliar os custos políticos de suas decisões, principalmente em relação à justificativa de entrar em uma aliança militar, herança da Guerra Fria, dizendo que isso será garantidor da sua soberania e de sua segurança."