Uma transcrição da conversa entre oficiais alemães de alto escalão, que foi divulgada por Margarita Simonyan, editora-chefe da RT e do grupo Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte, sugere que o Ocidente está ficando desesperado, de acordo com Earl Rasmussen, consultor internacional e tenente-coronel aposentado com mais de 20 anos no Exército dos EUA.
"[Isso é indicado pela] extensão das discussões, o planejamento, o uso de potenciais armas de longo alcance, a tentativa de limpar suas mãos, para basicamente atingir infraestrutura essencialmente civil", disse o especialista à Sputnik.
Durante a conversa, representantes da Bundeswehr discutiram um possível ataque à Ponte da Crimeia, com um dos oficiais alegando que mais de dez ou até 20 mísseis podem ser necessários para destruí-la. Outro mencionou a viagem planejada à Ucrânia em 21 de fevereiro para coordenar ataques a alvos russos.
"Todo mundo sabe que a Crimeia nunca vai voltar para a Ucrânia, não importa quais sejam as negociações", disse Rasmussen.
"Os ataques de drones, as sabotagens anteriores na Ponte da Crimeia, acho que tiveram envolvimento ocidental em relação ao planejamento e apoio também. Então não é surpreendente. Acho que o BND é bastante próximo, tanto quanto a inteligência alemã, trabalhando com o MI6 e a CIA também. Mas isso é perturbador", ressaltou o veterano do Exército dos EUA.
Se o plano discutido pelos oficiais alemães fosse implementado, seria um "ato de guerra", de acordo com o especialista.
"Definitivamente é um ato de guerra", disse ele. "Tal como [a explosão do] gasoduto Nord Stream foi realmente um ato de guerra. E, no entanto, eles deixaram isso acontecer e sem resposta dos países europeus", salientou ele.
Enquanto isso, uma divisão está se aprofundando dentro da OTAN enquanto os militares ucranianos continuam a recuar, de acordo com o tenente-coronel aposentado. Eles estão em uma situação muito crítica e desesperada", disse ele.
Talvez em uma tentativa de "unir" os Estados-membros do bloco, a liderança da OTAN esteja tentando transformar o conflito em andamento em um "existencial", presumiu Rasmussen.
"Não deveria haver uma preocupação da Rússia atacar a OTAN, mas eles estão definitivamente tentando criar essa situação. E assim, se eles forem atacados pela OTAN, a Rússia contra-atacará", observa Rasmussen. "Eles estão transformando esse conflito em uma ameaça existencial para a OTAN. Vocês notaram essa declaração de Macron na semana passada, eles têm divisões dentro da OTAN, acho que [são] divisões muito fortes."