"Acho que houve muitos acordos de grande eloquência nos encontros anteriores, e que talvez a cúpula deste ano possa começar a aterrissar um pouco as expectativas, começar a avançar em projetos que a longo prazo consigam dar mais certo do que os dos anos passados", comentou.
"Usaram diferentes dados oficiais da CEPAL, que é a Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe, para mostrar, por exemplo, que cerca de 30% da população da região, ou 180 milhões de pessoas, ainda têm renda insuficiente para necessidades básicas e cerca de 11%, cerca de 70 milhões de pessoas, ainda passam fome", elencou ele.
"Houve a proposta [na CELAC] de reativação das reuniões dos ministros de Energia da região, por exemplo, para aprofundar os mecanismos de integração regional para lidar com desafios que estão colocados hoje na agenda global, como transição energética, mudança climática, desenvolvimento sustentável, erradicação da fome e a pauta de promoção de igualdade de gênero, por exemplo."
"Como se trata de países muito pequenos, a capacidade deles de se livrar de problemas é muito maior. Por isso, é muito importante que esses países sejam cada vez mais parte de mecanismos como a CELAC e, principalmente, se identifiquem como parte desse Sul Global, e não do mundo que está atrelado ao Ocidente", comentou.
"De forma lenta, mas inevitavelmente, haverá uma divisão importante, e cada vez que a gente tiver uma mudança de governo, essa integração vai ser tocada. Acredito em uma integração regional a partir de pequenos projetos entre países específicos, e que depois vão se somando outras forças à medida que esses projetos tenham resultado. Mais do que projetos como uma moeda comum, que exigem apoio de diversos países para que se tornem realidade", concluiu.