Os agricultores se reuniram no gabinete do primeiro-ministro, Donald Tusk, que se recusou a recebê-los, segundo a agência Reuters.
Os manifestantes então queimaram pneus e atiraram fogos de artifício enquanto exigiam a suspensão das importações baratas e das regulamentações ambientais que, segundo eles, prejudicam os seus meios de subsistência.
Em seguida, eles marcharam em direção ao Parlamento, onde a polícia usou cassetetes, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral contra as pessoas, enquanto alguns manifestantes atiravam pedras, paralelepípedos e fogos de artifício contra as forças de segurança.
"Devido à agressão física contra agentes da polícia por parte de algumas pessoas que protestavam, […] foi necessário usar medidas coercivas diretas", escreveu a polícia de Varsóvia numa publicação no X (antigo Twitter).
O ministro do Interior, Marcin Kierwinski, disse que "23 provocadores foram detidos", relata a agência.
O líder sindical de agricultores e organizador do protesto, Tomasz Obszanski, afirmou que a polícia começou a impedir a saída dos manifestantes quando o protesto terminou. Ele também disse que os agricultores estavam deixando a Varsóvia de mãos vazias depois de o seu pedido para se encontrarem com Tusk ter sido recusado, alertando sobre novas medidas.
Agricultores poloneses manifestam-se com fogo e bandeiras contra as medidas climáticas da UE e as importações ucranianas em 6 de março de 2024 em frente ao edifício do Parlamento em Varsóvia, Polônia
© AFP 2023 / Wojtek Radwanski
Alguns manifestantes queimaram um caixão com uma placa que dizia "Agricultor, viveu 20 anos, morto pelo Acordo Verde" na rua em frente ao escritório de Tusk, tocando buzinas e erguendo bandeiras polonesas antes de marchar até o Parlamento.
"Depois do que aconteceu hoje, haverá um bloqueio de todo o país […]. A Polônia ficará paralisada porque um agricultor polaco não permitirá ser tratado dessa forma, ser espancado", disse Obszanski ouvido pela mídia.
Os agricultores de toda a União Europeia têm apelado a mudanças nas restrições que lhes são impostas pelo plano do Acordo Verde do bloco europeu para combater as alterações climáticas e a reimposição de direitos aduaneiros sobre as importações de produtos agrícolas da Ucrânia.