Biden alegou que Kiev poderia ter triunfado ou ao menos sobrevivido se o Congresso não tivesse bloqueado o pacote de US$ 61 bilhões (cerca de R$ 304 bilhões) em ajuda militar, conforme afirmou o ex-funcionário do Departamento de Estado e consultor para relações EUA-Rússia, James Carden.
"A forma como ouvi o discurso foi Biden preparando o terreno para culpar os republicanos por perderem a guerra caso bloqueiem novas parcelas de financiamento", disse Carden à Sputnik.
Entretanto, Carden observou que Biden continua comprometido com suas políticas de confronto e guerra na Ucrânia, no Oriente Médio e em outras partes do mundo, sem demonstrar intenção de alterá-las. "Ele verdadeiramente acredita que seu status como senhor da guerra em chefe o ajuda politicamente."
O presidente norte-americano, ao admitir indiretamente que o próximo enorme pacote de ajuda militar para o regime de Vladimir Zelensky em Kiev foi bloqueado no Capitólio, não pareceu reavaliar fundamentalmente a política dos EUA em apoiar a Ucrânia contra a Rússia, segundo o ex-diplomata.
Em vez disso, os comentários de Biden refletem sua preocupação primordial com a política interna e sua obsessão em busca de um segundo mandato, mesmo com 82 anos de idade, destacou Carden. "Os resultados vindos de Michigan, no entanto, refutam sua tese."
Eleitores descomprometidos no estado norte-americano de Michigan expressaram um protesto contra Biden e suas políticas, especialmente em assuntos externos, segurança e a questão da invasão de Gaza.
Cerca de 100 mil eleitores, ou 20% dos que participaram apenas nas primárias democratas, votaram como "descomprometidos", demonstrando uma enorme falta de apoio ao presidente em seu próprio partido, sem nenhum outro candidato sério para escolher.
O pacote de US$ 61 bilhões (R$ 303 bilhões) está sendo bloqueado pelos republicanos na Câmara dos Representantes até que Biden mude suas políticas sobre imigração ilegal e concorde em reprimi-la.
Entretanto, diante da determinação do presidente em manter sua posição, seus opositores afirmam que ele não conseguirá aprovar mais ajuda para Kiev.