O relatório "Análise dos mercados de droga na UE", recentemente apresentado pela Europol, a agência policial europeia, e pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, alerta que as comunidades estão sob pressão da violência extrema relacionada com as drogas.
De acordo com o levantamento, países-membros da UE registram níveis de violência sem precedentes relacionada com o mercado da droga, especialmente ligada aos mercados da cocaína e da maconha. A violência parece estar concentrada nos centros de distribuição e nos mercados menores e competitivos.
"A violência inclui assassinato, tortura, sequestro e intimidação, e muitas vezes ocorre entre redes criminosas, embora pessoas inocentes também sejam vítimas. Isto tem um sério impacto na sociedade como um todo, aumentando a percepção de insegurança pública", informa um dos dados compartilhados pelo relatório divulgado na quinta-feira (7).
Como parte da apresentação do relatório, a diretora-executiva da Europol, Catherine De Bolle, afirmou que são encontradas "até salas de tortura na UE".
Segundo o veículo de mídia britânico Express, o diretor da Europol revelou também, durante uma coletiva de imprensa, que gangues de Marselha contratam cada vez mais adolescentes para vigiar policiais ou para vender drogas, e que as crianças se matam com fuzis de assalto Kalashnikov AK-47.
Estima-se, conforme o relatório, que o mercado de drogas que envolve a venda direta ao consumidor na UE movimenta mais de € 30 bilhões (R$ 162,52 bilhões) por ano, o que o torna uma importante fonte de faturamento para o crime organizado.
"A Europa ocupa uma posição central no fornecimento e no tráfico de drogas, como demonstra a produção em grande escala de cannabis e drogas sintéticas na UE, além dos enormes volumes de cocaína que chegam da América Latina", destaca o relatório.