Ciência e sociedade

Nova teoria radical questiona existência de matéria escura

O novo enfoque divulgado por cientistas teoriza que a expansão do Universo e a rotação das galáxias podem ocorrer devido a flutuações gravitacionais aleatórias, em vez de matéria escura.
Sputnik
Em artigo, publicado recentemente no site arXiv, cientistas do University College de Londres propuseram uma nova teoria que sugere a ausência de matéria escura no Universo, tornando-a uma alternativa à gravidade quântica, com base na teoria pós-quântica.
A matéria escura é considerada uma grande quantidade de matéria de natureza desconhecida que afeta gravitacionalmente a dinâmica das galáxias e do próprio Universo.
De acordo com o modelo cosmológico padrão, a matéria visível representa apenas 5% do Universo, enquanto a energia ou matéria escura corresponde a 95% e surge devido a flutuações aleatórias no espaço-tempo, cuja origem é uma falha fundamental na previsibilidade e não obedece às leis da física da teoria clássica ou quântica.
Uma das características da matéria escura é que ela não interage com a matéria comum, sendo possível detectá-la apenas por sua influência gravitacional sobre outros objetos.
A gravidade quântica é uma teoria física que visa explicar o comportamento da gravidade descrito na teoria da relatividade de Albert Einstein, através da curvatura do espaço-tempo.
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A teoria pós-quântica da gravidade clássica pretende unir esses dois pilares da física moderna indicando que a expansão do Universo e a rotação das galáxias poderiam ocorrer sem a presença de matéria ou energia escura.
Nessa teoria, o tecido do espaço-tempo é concebido como suave e contínuo, mesmo quando os campos de matéria permanecem quânticos. No entanto, a velocidade com que o tempo flui é aleatória, como o fluxo de um rio, o que levaria a uma deformação aleatória do espaço, além de variações temporais em diferentes regiões do Universo. Também é prevista uma quebra intrínseca na previsibilidade, mediada pelo espaço-tempo.
No entanto, até o momento, demonstrou-se que essas flutuações gravitacionais aleatórias são dominantes em distâncias curtas. Por outro lado, o estudo alerta que ainda é necessária uma compreensão mais profunda desse efeito, já que existem outras evidências indiretas de matéria, sendo necessários mais cálculos e comparações de dados.
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