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Brasil apresenta projeto para criar 5 rotas de integração sul-americana em evento internacional

Para avançar na agenda de integração sul-americana, cinco rotas foram apresentadas pelo Ministério do Planejamento e Orçamento do Brasil em reuniões com países da região, durante Assembleia Anual dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que terminou neste domingo (10), em Punta Cana, República Dominicana.
Sputnik
A ministra Simone Tebet esteve reunida com ministros da Argentina, Colômbia, do Peru, Chile e Equador, Paraguai e Uruguai, além dos presidentes dos bancos de desenvolvimento regional BID e CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, e representantes da Agência de Desenvolvimento da Suécia (SIDA) e de outros países, entre eles Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Coreia e Espanha.

"Esses encontros marcam o aprofundamento do diálogo do Brasil com nossos parceiros da região. Cada um deles com as rotas que fazem mais sentido para o desenvolvimento da sua economia e gere mais qualidade de vida para a população dos seu países, demonstraram muito interesse no projeto. Ouvimos, debatemos, e, agora, vamos intensificar as visitas aos países e pontos importantes das rotas" declarou Tebet em nota divulgada pelo ministério.

Amanhã (11), a delegação brasileira visitará o Porto de Chancay, que está sendo construído pela iniciativa privada no Peru, que deve intensificar e agilizar o comércio com a Ásia.
De acordo com a pasta, estão previstos US$ 10 bilhões (Cerca de R$ 49 bilhões) para o projeto de integração, sendo US$ 7,5 bilhões de BID, CAF e Fonplata para a região e US$ 2,5 bilhões do BNDES para obras no Brasil.
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O ministro da Fazenda da Colômbia, Ricardo Bonilla, disse, na reunião bilateral, que seu país tem como prioridade a revitalização da rodovia panamericana na Colômbia. Também mencionou a possibilidade de uma ligação fluvial vinda do norte da Colômbia para chegar ao Solimões.
Em abril, os ministros devem se reencontrar durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Colômbia.
Terceiro principal destino dos produtos brasileiros, a Argentina destacou a necessidade de modernizar e revigorar a rota que liga Rio Grande do Sul, no Brasil, Uruguai e Argentina. O ministro da Economia argentino, Luiz Caputo, relatou na reunião a precariedade geral da infraestrutura argentina, de acordo com o informe brasileiro.
Já o ministro de Economia e Finanças do Equador, Juan Carlos Vega, ressaltou a oportunidade de financiamento para exportações de bens de capital do Brasil, especialmente máquinas agrícolas e para construção, com a rota Manta-Manaus:

"É simplesmente fundamental para nosso país. O porto de Manta pode ser o motor de desenvolvimento para o Brasil e os demais países da região", disse ele.

O ministro de Finanças e Economia do Peru, José Arista Arbildo, demonstrou entusiasmo pela rota via Acre e Rondônia pelo Peru, e Mato Grosso, via Bolívia, e mencionou também uma saída hidroviária que pode desembocar no Porto de Pucalpa, no norte do Peru.
Com o Chile, Tebet reforçou que, com a integração, os portos do Chile passarão a ser importantes pontos para o escoamento da produção do Centro-Oeste brasileiro, pois será possível encurtar em até sete mil quilômetros ou 20 dias o comércio com a Ásia.

Conheça as 5 rotas

1) Rota da Ilha das Guianas: inclui os estados de Amapá e Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela.
2) Rota Multimodal Manta-Manaus: Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligada principalmente por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador.
3) Rota do Quadrante Rondon: formado pelos estados do Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato Grosso, conectada com Bolívia e Peru.
4) Rota de Capricórnio: integra os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, a Paraguai, Argentina e Chile.
5) Rota Porto Alegre-Coquimbo: abarca o Rio Grande do Sul, Argentina, Uruguai e Chile.
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