A nomeação de Valery Zaluzhny como embaixador da Ucrânia no Reino Unido foi acompanhada por uma violação "sem precedentes" das normas diplomáticas, afirmou o jornal ucraniano Zerkalo Nedeli.
"Na história do Ministério das Relações Exteriores [ucraniano], ninguém jamais fez uma declaração antecipada sobre o envio de um agreement, um pedido de consentimento do país para conceder todos os privilégios e direitos diplomáticos ao novo embaixador. Tal declaração viola a ética diplomática, todas as regras escritas e não escritas da diplomacia", diz o artigo sobre o ex-comandante em chefe das Forças Armadas da Ucrânia.
O Zerkalo Nedeli diz que o gabinete de Vladimir Zelensky forçou Dmitry Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, ao tomar essa medida sem precedentes, ja que temia que Zaluzhny recusasse a nomeação. Ao mesmo tempo, de acordo com a mídia, Kuleba não é o tipo de ministro que pode dizer não ao presidente quando ele "viola leis, regras e decência".
O semanário também expressou dúvidas quanto à capacidade de Zaluzhny de lidar com o novo cargo, questionando se Zelensky atenderá o telefone quando o ex-comandante telefonar, já que anteriormente, durante a discussão da situação no front, "eles começaram a discutir um com o outro no segundo minuto".
"Ao mesmo tempo, o próprio Zaluzhny não tem a menor ideia do que é uma embaixada e o trabalho de um embaixador. A equipe de quase todas as embaixadas é um ninho de cobras onde 'eles esmagam, estrangulam por cada libra extra'. É um submarino com todos os problemas resultantes da equipe", apontou a publicação, prevendo uma "realidade" com "denúncias diárias".
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia anunciou na quinta-feira (7) que havia concordado com a candidatura de Zaluzhny para o cargo de embaixador ucraniano no Reino Unido. O novo comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas agora é Aleksandr Syrsky.