Panorama internacional

'Ninguém mais investirá' no Ocidente se ativos russos forem confiscados, diz político francês

O líder do partido francês Patriotas criticou a possível apreensão definitiva de ativos russos congelados pelo Ocidente no início da operação militar especial, que vê como tendo efeitos de longo prazo muito negativos.
Sputnik
A apreensão dos ativos russos congelados enviará um sinal prejudicial aos investidores, pois ninguém mais vai querer investir nos países ocidentais, disse à Sputnik o líder do partido francês Patriotas e candidato às eleições para o Parlamento Europeu.
Florian Philippot afirmou que confiscar ou usar os ativos russos é ilegal e chamou isso de "uma ação extremamente agressiva e estúpida".
"Isso também enviará uma mensagem prejudicial a todos os investidores globais: 'Invistam em nós, mas se um dia estivermos em guerra com vocês, ficaremos com seus ativos'. E ninguém mais investirá", disse o político.
Anteriormente, Emmanuel Macron, presidente da França, disse que a apreensão de ativos russos congelados na UE e seu uso para financiar a Ucrânia é contrário ao direito internacional e que o início de tal discussão enfraquecerá a UE. Ao mesmo tempo, ele sublinhou que a França apoia totalmente a proposta de introduzir um imposto sobre os lucros dos ativos russos congelados, o que equivaleria a alguns bilhões de euros por ano.
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Desde o início da operação especial na Ucrânia, a UE e os países do G7 congelaram quase metade das reservas de moeda estrangeira da Rússia, no valor de cerca de € 300 bilhões (R$ 1,64 trilhão). Cerca de € 200 bilhões (R$ 1,09 trilhão) são mantidos na UE, principalmente nas contas da Euroclear da Bélgica, um dos maiores sistemas de liquidação e compensação do mundo. A UE está discutindo maneiras de usar os ativos congelados da Rússia para financiar a reconstrução da Ucrânia.
O Banco Central Europeu alertou que isso poderia acarretar riscos à reputação da moeda europeia a longo prazo e pediu para "olhar além desse conflito único" e encontrar outras formas de financiar a Ucrânia, enquanto a Rússia comentou que responderá ao confisco de uma maneira semelhante caso tal medida seja implementada.
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