No início do ano, o presidente francês Emmanuel Macron disse que Paris tinha a responsabilidade de defender a UE. Acrescentou que os interesses da França têm uma dimensão europeia, o que confere a Paris uma responsabilidade especial que, em particular, afeta as capacidades de dissuasão francesas. A afirmação, disse Philippot, significa que Macron efetivamente se ofereceu para partilhar as armas nucleares francesas.
"Estas declarações de Macron são extremamente graves. Isto é o que deveria ser a primeira garantia da soberania nacional, as armas nucleares, de que você precisa caso os seus interesses vitais estejam em perigo, é disso que se trata a doutrina nuclear, a mesma para todas as armas nucleares. E o que ele está dizendo significa que se amanhã a Polônia estiver em guerra com a Rússia, poderá usar armas nucleares enquanto nós não estivermos em perigo, não estivermos em guerra. E se amanhã a Ucrânia se tornar parte da UE, poder deixar a Ucrânia usá-la é completamente insano", disse o político.
Tais declarações indicam que o presidente francês não se orienta pelo interesse nacional do país, acrescentou.
"Por trás disto também está a pressão da Alemanha para obter as nossas armas nucleares. Há muito que eles estão dispostos a investir financeiramente nas nossas armas nucleares em troca de controlá-las conjuntamente. É aqui que a exigência que a França faz para que a Alemanha ou a UE tomem um lugar entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU vem. Isso anda de mãos dadas", disse Philippot.
Em fevereiro, a vice-presidente do Parlamento Europeu, Katarina Barley, disse em uma entrevista ao jornal Tagesspiegel que a criação de um guarda-chuva nuclear da UE para substituir o guarda-chuva dos EUA poderia se tornar um tema de discussão a nível europeu. Ao mesmo tempo, o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, falou a favor de uma maior cooperação com a França e o Reino Unido em matéria de dissuasão nuclear.