"Há más notícias da fronteira bloqueada com a Polônia. Manifestantes e policiais não permitem que ônibus passem pela Polônia. Os passageiros estão sendo retidos sem qualquer explicação", escreveu Kubrakov.
O ministro ucraniano, ao destacar a polícia polonesa e os representantes do governo do país, chamou tais ações de "inaceitáveis em relação aos cidadãos ucranianos".
O cônsul-geral da Ucrânia em Lublin, Oleg Kuts, está a caminho da região para mediar um acordo que permita a passagem dos ônibus na região.
"Em conexão com o surgimento de informações sobre atrasos infundados de ônibus de passageiros [causados] por manifestantes poloneses em frente ao posto de controle em Dorohusk, o cônsul do Consulado-Geral da Ucrânia em Lublin foi imediatamente ao local. O cônsul conduzirá as conversas necessárias no local para eliminar quaisquer atrasos na circulação dos carros de passageiros", escreveu o ministro da Infraestrutura.
Protestos acontecem desde fevereiro
Os protestos agrários em toda a Polônia começaram em 9 de fevereiro. Agricultores realizam atos em todo o país, com o bloqueio de estradas e acessos aos postos de controle na fronteira com a Ucrânia.
Na região, chegaram a ser despejados grãos de caminhões e vagões ferroviários ucranianos várias vezes. As principais demandas dos manifestantes incluem a interrupção das importações de produtos agrícolas da Ucrânia para a Polônia e ainda a recusa dos planos ambientais da União Europeia (UE), que prevê alcançar emissões zero até 2050.
As relações entre Polônia e Ucrânia estão cada vez mais desgastadas por conta do embargo do país ao trigo ucraniano. Em 15 de setembro de 2023, a Comissão Europeia decidiu não renovar as restrições à importação de quatro tipos de produtos agrícolas da Ucrânia para vários países vizinhos da UE, mas instruiu Kiev a implementar medidas de controle de exportação.
Após isso, as autoridades da Eslováquia, Hungria e Polônia anunciaram que estenderiam a proibição unilateralmente.
A Ucrânia, em resposta, apresentou uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC). Com isso, os três países da UE declararam que boicotariam as reuniões da plataforma de coordenação sobre o trigo ucraniano.