De acordo com o levantamento, apenas 10% dos eleitores peruanos aprovam o trabalho da presidente do país, enquanto 5% não responderam. Os dados foram divulgados pelo jornal local El Comercio.
Esse é o pior índice de rejeição já atingido no mandato de Boluarte no Peru, apesar de ter chegado próximo ao patamar em dezembro de 2023 e janeiro de 2024. Dina era vice na chapa do ex-presidente Castillo e chegou a ocupar o cargo de ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social na gestão anterior. Porém, também em 2022, foi expulsa do partido Peru Livre, de ideologia marxista, e passou a adotar opiniões mais moderadas. Além disso, Dina nomeou figuras liberais para o gabinete.
Já com relação ao presidente do Congresso do Peru, a rejeição também é alta, apesar de números menores quando comparado a Boluarte: Alejandro Soto tem uma desaprovação popular de 70%, enquanto 19% o aprovam e 11% não emitem opinião.
A pesquisa foi realizada entre 1º e 4 de março em uma amostra de 1.214 pessoas, com uma margem de erro de 2,8%.
Moção de vacância contra presidente
No fim do ano passado, legisladores de esquerda no Congresso peruano apresentaram uma moção de vacância contra a presidente Dina Boluarte, alegando "abandono do cargo".
"A declaração da vacância da Presidência da República, na pessoa de Dina Ercilia Boluarte Zegarra, com base no artigo 113, número 4, da Constituição Política do Peru e, consequentemente, a aplicação do artigo 115 da Constituição, que regula a sucessão presidencial", afirmaram na época.
Dina Boluarte assumiu o cargo em 7 de dezembro de 2022, quando o então presidente peruano, Pedro Castillo, tentou fechar o Congresso e assumir o controle do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal Constitucional por meio da criação de um "governo de exceção".
Esse evento foi interpretado pelo Parlamento como uma tentativa de golpe de Estado, e a sessão plenária o destituiu imediatamente do cargo, sob a justificativa constitucional de incapacidade moral para exercer a presidência.
Instabilidade política no país
Na última semana, o primeiro-ministro Alberto Otárola renunciou, após áudios divulgados pela mídia local sugerirem que ele usava o cargo para se aproximar de uma mulher e oferecer emprego no Estado.
O diálogo mostra que o primeiro-ministro teria oferecido trabalho no estado para uma mulher, com quem trocava mensagens amorosas. A ação caracteriza, segundo as acusações, tráfico de influência.
Na coletiva, Otárola disse ainda que é inocente e que tudo se trata de uma campanha orquestrada contra ele.