Panorama internacional

'Prejudica nossa segurança': Stoltenberg insta União Europeia a não 'dobrar' funções da OTAN

Jens Stoltenberg se expressou contra a ideia de reforçar a componente militar da UE, pois "os planos militares […] devem ser definidos por apenas uma organização".
Sputnik
O secretário-geral da OTAN acredita que a Aliança Atlântica e a União Europeia (UE) não podem, ambas, estabelecer objetivos de defesa e introduzir padrões militares.
"A OTAN é a organização que deve determinar metas, não se pode ter duas organizações que determinem tais metas para os mesmos países", disse Jens Stoltenberg em uma coletiva de imprensa em que apresentou o relatório anual sobre as atividades da OTAN.
Ele explicou, em particular, que a OTAN e a UE não podem estabelecer metas de defesa diferentes para países como a Alemanha, Dinamarca ou Polônia, que integram ambos os blocos.
"Os planos militares, incluindo aqueles relativos ao número de tanques, navios e aeronaves e o grau de prontidão, devem ser definidos por apenas uma organização. Essa é a principal tarefa da OTAN", sublinhou Stoltenberg, acrescentando que o mesmo ocorre com outras armas, comunicações, a interoperabilidade e a compatibilidade.
"Os aliados da OTAN na Europa proporcionam apenas 20% dos gastos com defesa, então os padrões devem ser definidos pela OTAN, que proporciona 100%. [...] Os padrões e o planejamento militar são uma tarefa fundamental da OTAN, não podem ser duplicados, pois isso prejudica nossa segurança", disse Stoltenberg.
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O alto responsável também abordou temas como as armas hipersônicas da Rússia.

"Os mísseis hipersônicos representam uma ameaça e mostram o grande investimento da Rússia no desenvolvimento de sistemas avançados de armas. […] Isso também demonstra a importância de fortalecer a defesa antiaérea e antimísseis, não apenas qualitativamente, mas também quantitativamente", disse Jens Stoltenberg.

Ao mesmo tempo, ele se mostrou certo de que a OTAN tem a capacidade de se defender contra os mísseis supersônicos russos, recordando que a Ucrânia, com a ajuda dos sistemas de defesa antiaérea Patriot, supostamente conseguiu abater vários Kinzhal russos.
"Acho que demonstramos que a OTAN tem a capacidade de se defender dos mísseis supersônicos russos", concluiu o secretário-geral da OTAN.
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