Panorama internacional

Mídia: perto das eleições no Brasil, PF abriu apuração para ligar narcotráfico a Lula e Evo Morales

As investigações envolvendo membros do governo Bolsonaro no âmbito da Operação Tempus Veritatis continuam, e ganhou mais um capítulo com o depoimento do ex-ministro, Anderson Torres, se tornando público ontem (15).
Sputnik
Com as declarações de Torres, tomou-se conhecimento de que o ex-ministro foi questionando sobre a instauração de uma investigação pela Polícia Federal relativa a supostas informações de que, pelo período de dez anos, o dinheiro do narcotráfico teria supostamente abastecido o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além dos ex-presidentes Cristina Kirchner e Evo Morales, de acordo com a reportagem de Jamil Chade no UOL.
A iniciativa teria sido tomada a partir de uma suposta delação do general venezuelano Hugo Carvajal, ex-chefe da Inteligência da Venezuela. Carvajal era investigado pela Justiça norte-americana e estava preso na Espanha.
Em 2023, foi extraditado aos Estados Unidos, mas diante da corte declarou ser "inocente" sobre das acusações de tráfico de armas e de drogas, relata o colunista.
No caso, Torres foi indagado do porquê que o procedimento investigativo foi instaurado em outubro, um pouco antes do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil, já que os dados eram de julho de 2022.
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O ex-ministro também foi questionado se havia sido ele que repassou a informação ao então presidente Jair Bolsonaro "sobre uma possível delação do general Carvajal de que pelo período de dez anos o dinheiro do narcotráfico teria abastecido Lula da Silva".
No depoimento, o ex-ministro disse que não se lembrava da questão do venezuelano e negou saber do caso.
No entanto, instantes depois, Torres teria se lembrado. Porém, disse que "não tomou conhecimento do assunto à época" e que não houve qualquer solicitação por parte do ex-presidente sobre o caso, escreve o colunista.
Torres ainda seria questionado se uma possível delação do general venezuelano teria resultado em um procedimento investigativo na PF, mas indicou novamente que não tinha conhecimento.
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Na sexta-feira (15), após o depoimento se tornar público com o aval do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, também se soube que o ex-ministro declarou que em nenhuma oportunidade no Palácio da Alvorada tratou de golpe de Estado, nem mesmo da abolição do Estado Democrático de Direito, Garantia da Lei e da Ordem, Estado de Sítio, Estado de Defesa, intervenção militar ou algo do gênero, segundo a Agência Brasil.
No entanto, a negativa de Torres cai em contradição mediante os recentes depoimentos dos chefes das Forças Armadas sobre o suposto golpe, e com rascunho encontrado em sua casa no ano passado apelidado pela grande imprensa de "minuta do golpe".
No rascunho, estava escrito um possível decreto de Bolsonaro que permitiria ao ex-mandatário mudar o resultado das eleições de 2022.
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