A União Europeia (UE) nomeou na sexta-feira (15) várias empresas de munição que fornecerão € 513 milhões (R$ 2,79 bilhões) em financiamento para reforçar a produção anual de projéteis do bloco para dois milhões por ano até o final de 2025, escreveu na sexta-feira o portal Defense News.
A UE admitiu em janeiro que não havia cumprido a promessa feita em março de 2023 de fornecer um milhão de projéteis em um ano à Ucrânia, com o número total ficando por 524.000, reconheceu na época o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell. Esses projéteis integram as duas primeiras fases da chamada Lei de Apoio à Produção de Munição (ASAP, na sigla em inglês, que também significa "o mais rápido possível") da UE para comprar estoques europeus existentes e fazer novas compras conjuntas.
A terceira fase da ASAP pretende ajudar as empresas a melhorar as instalações, além de cofinanciar investimentos com o setor privado, o que deve elevar o investimento total para € 1,4 bilhão (R$ 7,62 bilhões), informou a Comissão Europeia em um comunicado.
Os 31 projetos de investimento selecionados abrangem explosivos, pólvora, projéteis, mísseis e certificação de testes e recondicionamento, disse a Comissão Europeia. Entre as empresas que se candidataram e receberam dinheiro para aumentar a produção de explosivos estão a Sistemas De Defesa Helénicas da Grécia, a MSM Export da Eslováquia, a Chemring Nobel da Noruega, a Eurenco France da França, a Eurenco Bofors da Suécia e a N7 Holding da Hungria.
Já entre as 17 empresas que solicitaram e receberam dinheiro para impulsionar a produção de pólvora estão a Rheinmetall, Nexter, Nammo e Eurenco.
No total, participam do esquema 14 Estados-membros do bloco europeu: a Alemanha, Bélgica, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Itália, Letônia, Noruega, República Tcheca, Romênia e Suécia.
Um porta-voz da Associação das Indústrias Aeroespaciais, de Segurança e de Defesa da Europa (ASD, na sigla em inglês) saudou o acordo, mas lamentou que a UE esteja aumentando o financiamento com dinheiro retirado do orçamento do Fundo Europeu de Defesa, o órgão do bloco encarregado de financiar a tecnologia de defesa no bloco, algo que diz prejudicar "as atividades de pesquisa e desenvolvimento que garantem a vantagem tecnológica da Europa na defesa a longo prazo".
Os acordos de financiamento serão assinados em maio, informou a Comissão.