O poço, denominado Bluefin, está localizado no bloco Stabroek, na costa da Guiana, e é a primeira descoberta da empresa em 2024. Foi perfurado a uma profundidade de 1.294 metros e penetrou aproximadamente 60 metros de arenito rico em hidrocarbonetos, informou a Exxon em comunicado.
As reservas de Stabroek, localizadas na costa de Essequibo, território cuja soberania é disputada pela Venezuela e pela Guiana, são estimadas em 11 bilhões de barris. O plano da Exxon para acelerar a sua exploração significa que a extração duplicará para 1,2 milhão de barris por dia em 2027, o que deve colocar a Guiana no mesmo nível de Angola, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Stabroek é a principal área de produção de um grande campo descoberto pela Exxon em 2015. Apesar da oposição de Caracas, o governo guianense decidiu licitar blocos petrolíferos no território indefinido e adjudicou contratos de perfuração a diversas empresas estrangeiras, incluindo a Exxon. Atualmente, a empresa detém uma participação de 45% nos projetos petrolíferos da Guiana.
A Venezuela, por sua vez, denunciou repetidamente que a ExxonMobil, com o apoio da Guiana, promove uma campanha "maliciosa" contra a sua política de segurança de fronteiras.
Há mais de 100 anos que a Venezuela e a Guiana vêm disputando a soberania da região de Essequibo, que abrange cerca de 160 mil quilômetros quadrados a oeste do rio Essequibo e possui grandes reservas de petróleo.
Em 1966, ambas as nações assinaram um acordo para procurar uma solução pacífica para esta disputa, mas em 2018 a Guiana apresentou uma ação perante o Tribunal Internacional de Justiça na qual pede ao tribunal que valide legalmente a sentença arbitral de 1899 que lhe confere controle absoluto sobre o território.