"O Ministério Público da Nação, através da Área de Enriquecimento Ilícito e Reclamações Constitucionais, ordenou, até o momento, a instauração de processo preliminar contra Dina Ercilia Boluarte Zegarra, presidente da República, por suposta prática do crime de enriquecimento ilícito e omissão de registro de declaração em documentos, para uso de relógios da marca Rolex", indicou o Ministério Público em sua conta no X (antigo Twitter).
Boluarte assumiu a presidência em dezembro de 2022. Na última sexta-feira (15) a chefe de Estado respondeu sobre as acusações na mídia local sobre o uso de relógios de luxo avaliados em aproximadamente US$ 13 mil (cerca de R$ 65 mil).
"Trabalho desde os 18 anos e o que tenho é fruto de meu esforço e de meu trabalho. Esse item específico [o Rolex] é de antigamente e o uso muito ocasionalmente", declarou a presidente na coletiva de imprensa.
Ela afirmou ainda que a aquisição do Rolex é "assunto pessoal", se recusando a dar mais explicações sobre o assunto.
O Ministério Público quer investigar se Boluarte obteve os relógios por meios legais, ou se estaria incorrendo em enriquecimento ilícito, além de não ter declarado a posse dos itens de luxo.
No início do mês, o primeiro-ministro do país andino, Alberto Otárola, renunciou ao cargo, após áudios divulgados pela mídia local sugerirem que ele usou o cargo para se aproximar de uma mulher e que teria lhe oferecido emprego público.
Otárola argumentou que era inocente e que as acusações eram fruto de uma campanha orquestrada contra ele, porém que deixaria o cargo para dar tranquilidade a Dina Boluarte.
Os áudios divulgados mostram que o primeiro-ministro teria oferecido trabalho no governo para uma mulher e, com ela, trocava mensagens amorosas. A ação caracteriza, segundo as acusações, tráfico de influência.